“Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos” (João 12,3).
Muito próximo da Sua Páscoa, Jesus está na casa de Seus amigos Lázaro
e Marta. Maria se coloca aos pés de Jesus para ungi-Lo com meio litro
de perfume caro, do mais alto valor. Aqui, não se trata de um valor
financeiro, mas sim o tamanho do amor, a intensidade do amor que essa
mulher tem para com o Senhor.
Quando o nosso amor é verdadeiro e intenso, tornamo-nos generosos e
intensos na forma de amarmos a Deus, mas, infelizmente, fechamo-nos na
mesquinhez espiritual. E o que é a mesquinhez espiritual senão darmos a
Deus aquilo que é a nossa sobra? E, às vezes, não sobra nada!
Eu nem me reviro somente à questão financeira, é até a questão do
nosso próprio tempo. Como somos mesquinhos para com Deus! Damos a Ele
aquele tempo que sobra, e como o tempo que sobra é um tempo onde já
estamos cansados e acabados, mal damos tempo para Deus.
Quando vamos participar das coisas do Senhor, procuramos aquilo que
será o mais curto, o que vai ser mais rápido e menos vai nos incomodar
ou que menos vai roubar o nosso tempo. Quando queremos dar alguma coisa
para alguém, vamos escolher o que está sobrando, o que não estamos
usando, o que não é tão importante. E assim a mesquinhez vai tomando
conta de nós.
Quando o nosso amor é verdadeiro e intenso, tornamo-nos generosos e intensos na forma de amarmos a Deus
A Liturgia de hoje nos apresenta dois exemplos de coração: um coração
intenso no amor a Deus, como Maria que se despoja toda. Talvez ela nem
tivesse condição de ter um perfume daquela qualidade, mas o importante é
como ela inteira se joga com tudo que tem; e do outro lado, o mesquinho
Judas Iscariotes, que viu, naquela atitude, uma oportunidade para
mostrar o quanto o seu coração era avarento, era só preocupado com os
bens e com as coisas materiais: “Mas isso que ela jogou nos pés de Jesus
daria trezentas moedas de prata para dar aos pobres!”, como se ele, de
verdade, se preocupasse com os pobres! Na verdade, ele estava preocupado
com o dinheiro que estava guardado e que poderia reter.
Não permitamos que o mundo, o tempo presente e tudo que passamos
façam de nós pessoas mesquinhas. A experiência com Jesus faz de nós
pessoas generosas primeiro em amá-Lo de todo o coração, sem reservas,
jogando-nos inteiro a Seus pés, servindo-O de todo o coração, sendo
generosos em cuidarmos uns dos outros, inclusive, das coisas de Deus.
Judas conviveu com Jesus, mas de forma superficial; ele ficou apenas
na superfície, por isso se tornou o discípulo mesquinho, preocupado com
uma moeda e não com o coração, preocupado com o que se gastou aos pés de
Jesus e não preocupado em O amar.
Às vezes, estamos preocupados com dois ou três minutos que vamos
gastar rezando, meditando e nos colocando aos pés de Jesus e não em O
amar, como se O amar não fosse a coisa mais importante da nossa vida.
Que essa semana da graça nos ajude a refletir nossos conceitos,
escolhas, e como estamos conduzindo a nossa vida. Qual é o peso do nosso
coração? É a generosidade e a intensidade do amor ou a mesquinhez
espiritual?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
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