O amor, muitas vezes, exige o silêncio meditativo e contemplativo, de quem guarda no coração amor para curar as cicatrizes do desamor
“Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1João 4,20).
“Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1João 4,20).
Vivemos num mundo de mentiras, de falsidades e hipocrisias. Há um
mundo de mentiras na vivência da nossa fé, e talvez a grande mentira que
possamos viver em nossa vida é dizer que amamos a Deus. É um amor
hipócrita, porque se não amamos o nosso irmão, a quem estamos vendo,
como vamos amar a Deus que não vemos?
Deus se faz real no meio de nós nas pessoas que precisamos amar, e
aqui não se trata daquela hipocrisia e falsidade, trata-se da verdade,
porque, senão, viveremos de muitas mentiras em nossa vida. Não há coisa
pior do que uma vida mentirosa, falsa e enganosa.
Eu não me deixo iludir, porque a pessoa está lá adorando Jesus, passa
horas adorando e cantando para Ele, exaltando e pregando, mas quando
olho para a vida da pessoa, ela não ama o seu irmão e não tem testemunho
de amor. Fala-se muito de testemunho: “Fiz isso. Fiz aquilo”, mas o
nosso grande testemunho é amarmos, de verdade, uns aos outros, amar
aquele que não queremos, não suportamos, mas estamos na presença dele,
amar quem nos fez mal, quem nos prejudicou, falou mal de nós e agiu
contra nós, amor verdadeiro e autêntico.
Quando amamos, não derrubamos o outro, não falamos mal dele, não
fazemos complô, ou seja lá o que for, para nos contrapormos a quem não
nos faz bem.
O amor, muitas vezes, exige silêncio, mas não é só o silêncio de
falar ou deixar de falar. É o silêncio meditativo, contemplativo, o
silêncio de quem guarda no coração amor para curar as cicatrizes do
desamor.
Se o outro me prejudicou ou me fez mal, não vou devolver o que ele me
deu. Se ele me deu desamor, vou devolver o que ele me deu com amor e
oração. “Orai por aqueles que vos persegue”.
Como precisamos orar uns pelos outros! Geralmente, nas nossas
orações, colocamos aquelas pessoas que queremos bem demais. Na verdade, a
oração deveria ser, em primeiro lugar, por aqueles que não queremos bem
demais, sem hipocrisia, porque precisamos reconhecer que há pessoas que
não queremos tão bem. Então, não estamos orando primeiro por aquelas
pessoas, estamos orando por nós e pelo nosso coração, para que ele seja
curado e libertado daquele sentimento negativo que temos em relação
àquela pessoa.
Não quero viver, na minha vida, nenhuma decisão de desamor. Às vezes,
o nosso coração não consegue acompanhar a razão, mas a decisão é amar
sempre. Então, o nosso esforço, a nossa oração é para vivermos, porque
não podemos viver com Deus uma relação hipócrita.
Não crescemos na intimidade com Deus, porque cultivamos uma mística
oracional, focada em Deus e desfocada do mundo em que estamos. Temos
situações não resolvidas na vida, de amor e relacionamento, mas achamos
que esquecer isso e estar em Deus nos salva.
Não vamos para a presença de Deus até pagarmos o último centavo, até
resolvermos todas as situações não resolvidas por falta de amor nessa
vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.