O sofrimento deve ser vivido quando vem, combatido quando precisa, mas todo sofrer culmina numa vida nova e na ressurreição
“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (Lucas 9,22).
“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (Lucas 9,22).
O que Jesus está falando a respeito d’Ele, Ele está falando a
respeito de cada um de nós, da nossa natureza humana. O Filho do Homem
assumiu a nossa humanidade sofredora, porque sofremos muito para sermos
pessoas humanas e, sobretudo, para sermos pessoas dignas.
Não há vida humana sem sofrimento. Isso não quer dizer que devemos
buscá-lo ou pensar que dá prazer fazer os outros sofrerem. O sofrimento
acontece, é o sofrimento do existir, de passar por dramas, de não sermos
compreendidos nem amados como deveríamos. É o sofrimento das perdas, da
falta de êxito e sucesso, das frustrações humanas. O sofrimento ao qual
Jesus está se referindo a respeito d’Ele não é simplesmente físico,
porque o sofrimento de Jesus é emocional, psíquico e psicológico.
Jesus não foi aceito pelos seus, não foi compreendido pelos que
estavam próximos a Ele. Ele foi abandonado e rejeitado. Jesus foi
rejeitado pelos anciãos do povo, Ele experimentou a condição humana em
toda a sua realidade e foi morto. Quando olhamos para essas coisas,
vamos ter a mesma reação que Pedro teve: “Que Deus te livre, Senhor, e
que não passe por nada disso”. Como não vamos passar, se somos pessoas
humanas e estamos vivendo em meio às fragilidades humanas, às
debilidades humanas, incoerências e concludências da vida humana?
Preciso dizer que viver é sofrer. Não que isso seja sinônimo de vida,
mas viver com dignidade exige sofrer. O mistério do sofrimento ainda
não é compreendido, ele é rejeitado pela condição humana.
Se o sofrimento é inerente à realidade humana, é preciso sofrer com
dignidade; primeiro, aliviar o sofrimento do outro, consolá-lo, não
fazer o outro sofrer, mas dar a ele, cada vez mais, condição para que
ele sofra o que precisa sofrer, mas com dignidade. O nosso Mestre
abraçou o sofrimento inerente à Sua condição humana com muita honradez e
dignidade. A segunda coisa é sofrer o que for necessário sem jamais
procurar maldizer o sofrimento, tratá-lo como maldição. Se existe o
sofrimento inerente à realidade humana, existe também aquele nós
provocamos, mas que não deve ser provocado jamais. Ele deve ser vivido
quando vem, combatido quando precisa, mas todo sofrimento culmina numa
vida nova e na ressurreição.
Passamos pelo vale de lágrimas, somos consolados pelo Mestre que nos
dá a semente da eternidade até o dia em que seremos como Ele foi:
ressuscitados e plenificados na vida eterna. Que nosso sofrer seja
vividos na dignidade, como redenção de uma natureza humana que precisa
ser divinizado pelo Deus vivo e presente no meio de nós. Que Deus seja o
nosso consolo em todos os nossos momentos difíceis.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
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