Redentorista
“Santíssima Trindade”
Trindade, uma família!
Celebramos a festa da Santíssima
Trindade. A festa está fora do Tempo Pascal, mas é celebrada logo a
seguir. O motivo: Não celebramos um fato da História da Salvação como
Memória, mas celebramos o Pai que envia seu Filho para a Salvação e o
Espírito Santo que santifica os corações, isto é, leva-os a viver a
graça da salvação trazida por Cristo e deixada para nós como Vida. O
mistério de salvação que envolve todos os tempos, quer mostrar quem é o
Deus que nos escolheu e nos amou em Cristo. É o Deus que Se manifestou e
chamou-nos a participar de sua vida. Sabemos que Deus criou o homem
para manifestar nele a sua bondade. O pecado do homem foi também um
momento de manifestar sua misericórdia. Comunhão não só no futuro, mas
agora na comunidade. Deus é comunhão. Temos o costume de dizer família
para a Santíssima Trindade, mas é um termo frágil. Melhor é usar o termo
comunhão de vida das três Pessoas Divinas. A vida íntima da Trindade
orienta nossas famílias no modo de viver. É uma abertura permanente das
Pessoas Divinas, uma à outra. É igualmente acolhimento de tudo o que uma
Pessoa Divina tem em Si. É a humildade de saber amar, acolher e
oferecer amor. A festa de hoje convida à adoração das Três Pessoas
Divinas. É um mistério que jamais poderemos alcançar com totalidade,
pois somos humanos. É um mistério aberto à nossa pequenez que sempre
convida a um maior conhecimento e comunhão.
Grava no teu coração
Como viver em nossa fragilidade a
comunhão com o Deus amor? Recordando os benefícios que fez conosco. O
livro do Deuteronômio nos traz essa bela expressão: “Reconhece, pois,
hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e
cá embaixo na terra”. Não é um Deus distante. É um Deus presente com a
criação, a libertação do Egito e a presença permanente entre nós. Nosso
coração deve estar sempre atento ao bem que recebemos. Acima de tudo que
possa haver na terra, Ele é o Deus que Se comunicou. Não é um deus
feito pelo homem, mas o homem que é feito por Deus, à sua imagem e
semelhança, como lemos em Gênesis 1,26-27. Saímos das mãos de Deus, e
caminhamos amparados por elas. No livro do Êxodo temos a imagem do
carinho de Deus para com seu povo: “De dia era uma coluna de nuvens e de
noite uma nuvem de fogo” (Ex 13,21). Era como sentiam essa presença tão
preciosa do Deus que desceu para ver o seu sofrimento no Egito e
libertá-lo (Ex 3,8). Essa linguagem é o que acontece conosco. Assim Deus
cuida de nós. Assim nós O percebemos em outra linguagem. Por isso é
preciso contemplar sua obra em nosso favor e gravá-la em nosso coração.
Abbáh Pai
Vivemos a condição de filhos. Essa é a
maior libertação que recebemos de Deus em nosso caminhar humano: “Somos
chamados de filhos e de fato o somos” (1Jo 3,1). Ser filho em total
participação da natureza e condições de herdeiros de Deus e co-herdeiros
de Cristo. Os israelitas foram libertados e conduzidos a uma terra. Nós
somos libertados e conduzidos ao coração do Pai. Podemos chamá-Lo
carinhosamente com o nome Abbah que significa Paizinho. Participamos do
mistério redentor de Cristo: “Se realmente sofremos com Ele, é para
sermos também glorificados com Ele” (Rm 8,15.17). Celebrar a Trindade
não é somente reverenciar um Mistério, mas fazer-se participante.
Fazendo o Sinal da Cruz, nós o abraçamos e colocamos em nossa vida.
Leituras: Deuteronômio 4,32-34.39-40; Salmo 32; Romanos 8,14-17;Mateus 28,16-20.
Ficha nº 1756 - Homilia da Santíssima Trindade ( 27.05.18)
- Celebramos a Trindade que é comunhão de vida que se comunica.
- É um Deus presente, desde a criação, libertação e vida atual.
- Celebrar a Trindade é reverenciar um Mistério e fazer-se participante dele.
Lar doce lar
Clamamos nos salmos o desejo de morar sempre na casa do
Senhor (Sl 27,4). Era o sonho de todos que amavam a Deus. Um dia na casa
do Senhor vale mais que mil fora dela (Sl 84, 10). Se essa presença era
o grande atrativo para ir a Jerusalém... Cantavam: “Que alegria quando
me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl 121,1). E nós... que temos essa
presença em todas nossas Igrejas? Muito bom, mas estamos em melhor
condição.
Estar na casa de Deus é permanecer com Ele, pois está em
nós. Não precisamos sair de casa para tê-Lo, encontrá-Lo, gozar de sua
presença. Ele é o mais íntimo no meu íntimo.
Por isso, o grande empenho que temos que fazer, é buscá-Lo em nós mesmos.
Somos sacrários vivos da Eucaristia. Somos casa de Deus,
pois Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o
amará e a Ele viremos e Nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23).
O caminho espiritual deve partir dessa presença amorosa e permanente de Deus em nós. Fora disso, é só vazio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.