Centenário da Arquidiocese de Maceió

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Reconheçamos aquilo que o Pai quer nos revelar

Mergulhemos em Deus, nas Suas obras; mergulhemos nas ações de Jesus para reconhecermos aquilo que o Pai quer nos revelar
“Disse Filipe: ‘Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!’” (João 14,8).
Hoje, celebramos os apóstolos São Filipe e São Tiago. Tiago é irmão do apóstolo João, os dois são filhos de Zebedeu e são seguidores de Cristo. Filipe é natural de Btezaida, na Galileia. Era um discípulo muito afoito e ansioso de que as coisas logo acontecessem. Ele não tinha muita paciência de esperar e queria logo saber como seria. “Senhor, mostra-nos o Pai. O senhor fala tanto d’Ele, mostra-nos e já basta”. É como aquelas pessoas que não querem submeter-se à pedagogia do tempo, da espera e querem as coisas prontas e imediatistas.
Olhando para esse jeito afoito e imediatista de Filipe, queremos refletir nossas ações no tempo em que vivemos, porque o tempo em que vivemos é, justamente, o tempo das coisas imediatas, rápidas, onde as pessoas não refletem o caminho, a escolha e o próprio caminhar da vida!
Quando fazemos as coisas sem refletir, sem meditar nem esperar, corremos sérios riscos de sermos precipitados. Não é preciso dizer as consequências da precipitação em nossa vida. Estamos nos atropelando, estamos machucando nós e os outros, sobretudo, submetendo o nosso coração à onda da ansiedade. Ansiedade em querer que as coisas sejam feitas logo, de qualquer maneira e assim por diante.
É verdade que não podemos ficar postergando, deixar que o tempo resolva as coisas. Precisamos ter diligência para viver cada coisa a seu tempo, mas precisamos também ter a paciência necessária para entendermos a progressão do tempo e das coisas, para não sermos premeditados e agonizados naquilo que fazemos.
Queremos ver o Pai! Jesus veio para nos mostrar o Pai, mas como iremos compreendê-Lo? Não é simplesmente Jesus dizer: “O Pai está aqui!”. Gostamos das coisas prontas, mas precisamos submeter o nosso coração à sabedoria divina, à pedagogia de Deus.
Conheceremos o Pai, não de forma única, porque Ele se manifesta através da criação, das obras que Jesus nos mostra. Enfim, o Pai está entre nós e não O conhecemos, porque queremos uma referência direta d’Ele, e não estamos contemplando a Sua ação presente e viva no meio de nós.
O Pai está no meio de nós diante de tantas coisas maravilhosas, está diante de nós, sobretudo, na pessoa de Jesus. “Há tanto tempo estou convosco Filipe, e vós não me conheceis!”. Há quanto tempo Jesus está entre nós, Ele faz parte da nossa vida, mas não O conhecemos. Há quanto tempo as pessoas estão conosco e não as conhecemos!
Não prestamos atenção no essencial. Muitas vezes, temos um relacionamento superficial uns com os outros e com Deus também. Por causa da nossa superficialidade, misturada com nosso jeito imediatista de querer ver as coisas, não vamos para o essencial.
Queremos conhecer Deus, mergulhar n’Ele, por isso deixaremos de ser precipitados e ansiosos. Na calma, na sobriedade do espírito, mergulhemos em Deus, nas obras e ações de Jesus, para reconhecermos aquilo que o Pai quer nos revelar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: mailto:padrerogercn@gmail.com – Facebook

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