Quando servimos os outros, tiramos de nós aquele sentimento de pretensão e grandeza e tornamo-nos servos
“Jesus derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido” (João 13, 5).
“Jesus derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido” (João 13, 5).
Nesta Quinta-feira Santa da Páscoa de Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, somos introduzidos no Tríduo Pascal com a celebração da
Eucaristia ou da Ceia do Senhor.
Cometemos, às vezes, um tremendo engano ao acharmos que a Eucaristia
começa quando Jesus toma o Pão e diz: “Este é o meu Corpo!”, toma o
Vinho e diz: “Este é o Cálice do meu Sangue!”. Ali está o ápice do
mistério da nossa fé, o ápice da entrega de Deus, pois o mesmo Jesus que
entrega-se na Paixão da Cruz, entrega livremente o Seu Corpo e Sangue
numa Ceia. Mas a Ceia não começa na mesa; começa no chão quando Jesus
dirige-se para lavar os pés de Seus discípulos.
É um trabalho escravo, porque os senhores chegavam e
preparavam-se para que os escravos lavassem seus pés. Para servirmos
Jesus, precisamos aprender com Ele a não sermos senhores. Precisamos
aprender a ser servos!
Não transforme aquilo que, hoje, vemos na celebração num ritual, como
se fosse um teatro: “Veja que bonito, o padre, o Papa, o bispo lava os
pés de algumas pessoas. Isto simboliza uma comunidade!”. Não é uma
representação teatral! É, na verdade, o que deve consistir a nossa vida
de servidores de Jesus.
Jesus passou sua vida inteira servindo, colocando-se aos pés dos
outros, salvando e resgatando. Somos Seus discípulos e precisamos lavar
os pés uns dos outros! Lavar os pés significa colocar-se abaixo.
Há dentro de nós uma pretensão, um orgulho exacerbado, uma soberba
gritando por reconhecimentos, lugares e muitas vezes queremos humilhar
os outros. Hoje, precisamos deixar essas coisas aos pés de Jesus. Não
queiramos ser melhores do que os outros. Precisamos aprender, no
cotidiano da nossa vida, a fazer gestos que pareçam humilhantes, mas que
são salvadores. Porque quando servimos os outros, tiramos de nós aquele
sentimento de pretensão e grandeza que, muitas vezes, tomam conta da
nossa alma e do nosso coração e tornamo-nos servos e humildes.
A humildade salva o mundo, salva a humanidade, liberta-nos da
escravidão do mal, vence o poder do maligno em nós! Por isso, todas as
vezes em que formos participar da Eucaristia, não permitamos que nosso
coração seja de soberba, não nos sintamos melhores: “Eu comunguei! Jesus
está em mim!”. Participar da Eucaristia é descer até o chão para lavar
os pés dos nossos irmãos.
Quem tem comunhão com Jesus não é aquele que recebe a Eucaristia na
boca, mas é quem primeiro lava os pés de seus irmãos, sai da ceia
disposto à cuidar do outro, a colocar-se abaixo do outro para nunca
sentir-se melhor ou mais importante do que ninguém.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: mailto:padrerogercn@gmail.com – Facebook
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: mailto:padrerogercn@gmail.com – Facebook
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