Homilia do 2º domingo do Advento (04.12.16)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Ir ao encontro de Jesus” Missionário Redentorista
Produzi frutos
O Advento, tão caro e precioso, nos traz João Batista que apresenta
Jesus ao mundo. Não se pode separar Jesus de João Batista que vem
preparar seus caminhos. Essa preparação se dá com a conversão de vida.
João não admite a falsa religião. Ensina que Jesus é Aquele que vem com o
Espírito Santo e o fogo. Reconhece a missão de Jesus. Não podemos
pensar sua missão como um recado. Ele tem uma vocação Divina. Tem
personalidade espiritual e profética. Está associado “Àquele que vem”.
João tem zelo pelo que é de Deus. Sabe defender a lei. Prega uma
conversão que seja uma verdadeira mudança de mente. É o sentido original
da palavra conversão. Não basta só a mudança. É preciso produzir frutos
bons (Mt 3,10). Celebrar o Advento é entrar em clima de vigilância para
participar dos mistérios de Cristo: “O próprio Senhor nos dá a alegria
de entrarmos agora no mistério do seu Natal para que sua chegada nos
encontre vigilantes na oração e celebrando seus louvores” (Prefácio).
Para isso, pedimos que “nenhuma atividade terrena nos
impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas instruídos pela vossa
sabedoria, participemos da plenitude de sua vida” (Oração). A celebração
não é somente uma comemoração, mas um aprofundamento da vida. Para ir
ao encontro de Jesus no fim dos tempos e no Natal é exigido de nós o
empenho em assumir essas verdades como um modo de vida. A conversão é o
primeiro momento da preparação para espera do Senhor que vem no fim dos
tempos e no Natal.
Conversão universal
O Advento tem também como meta a conversão universal como segundo
momento da preparação para a Vinda do Senhor. Isaias profetiza que a
raiz de Jessé, isto é, o herdeiro do trono de Davi (Jessé é o pai de
Isaí e avô de Davi), será cheio do Espírito do Senhor. Terá o Espírito
de sabedoria e discernimento, conselho e fortaleza, ciência e temor de
Deus. Ele exercerá a justiça para os pobres (Is 11,1ss). A seguir
profetiza uma mudança no relacionamento entre espécies selvagens
diferentes e mesmo com as crianças. Esse será o sinal de uma conversão
profunda no mundo. Teremos um mundo de paz na busca de Cristo. Essa
conversão se realiza a partir de nossas escolhas fundamentais que
reforçamos com os sacramentos para bem julgar os valores terrenos: “Pela
participação na eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os
valores terrenos e colocar nossa esperança nos bens eternos”
(Pós-Comunhão). Não basta só esperar. É preciso mudar os valores e saber
ver o Reino de Deus entre nós acontecendo também através das atitudes
coerentes de conversão que atinge também as estruturas da sociais. Fugir
do mundo é ceder espaço para o mal.
Acolhei-vos como Cristo
São Paulo nos oferece o terceiro momento muito concreto: “Deus vos dê
a graça da harmonia e da concórdia uns com os outros. Por isso,
acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu” (Rm 15,5). Toda
mudança tem que começar no coração voltado para o outro. O acolhimento
gera nos cristãos um só coração e uma só voz (6). A conversão conduzirá
sempre mais para o próximo. Jesus não pregou uma vida espiritual
desencarnada. Sempre encarnado, quis que sua Igreja fosse encarnada.
Esse modo de viver não nos leva a perder o valor da atividade terrena.
“e aprendamos a julgar com sabedoria os valores terrenos colocando
nossas esperanças nos bens eternos” (Pós-comunhão). Uma espiritualidade
intimista não vem nem de João Batista, nem de Jesus nem de São Paulo.
Leituras: Isaias 11,1-10;Sal o 71; Romanos 15,4-9; Mateus 3,1-12
Ficha nº 1602
- A pregação de João é para a conversão em preparação para “Aquele
que vem”. Conversão exige frutos. Que nada nos impeça de ir ao encontro
do Senhor. É o primeiro modo de conversão;
- Isaías propõe uma conversão universal que envolva a própria natureza;
- Paulo ensina que a conversão se dá no coração e no acolhimento do outro.
- Isaías propõe uma conversão universal que envolva a própria natureza;
- Paulo ensina que a conversão se dá no coração e no acolhimento do outro.
O homem fera
Quando vemos uma pessoa forte e marcante com sua atividade, dizemos
que “o homem é uma fera”. João Batista tinha esse tipo. Além do mais,
era um homem provado pelo deserto. Vestia roupa feita de pelo de camelo e
com um cinturão de couro. Seu alimento era gafanhoto e mel silvestre.
Tinha tudo de um profeta. E não havia profetas já uns 400 anos. O povo
entendeu que era o homem de Deus do momento.
João prega a conversão e ataca os falsos piedosos. E anuncia a chegada próxima de Jesus.
Temos três modos de conversão proposto pela Palavra de Deus nesse domingo:
“Produzi frutos que provem vossa conversão”. O risco de uma árvore
que não produz fruto é ser cortada. João pede consistência e não grãos
chochos. Isaías proclama um modo de conversão universal: simbolicamente
fala da convivência pacífica na qual os animais ferozes convivem entre
si e com os humanos. Será a restauração universal proveniente de Cristo,
raiz de Jessé (significa da família de Davi).
São Paulo nos apresenta a terceira modalidade. E muito concreta:
“Deus vos dê a graça da harmonia e concórdia uns com os outros. Por
isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu”.
Diante do anúncio de conversão e preparação para um mundo novo,
sabemos que isso se realiza em primeiro lugar dentro de nosso coração:
“Nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro de vosso
Filho, mas instruídos por vossa sabedoria, participemos da plenitude da
vida” (Coleta)... “e aprendamos a julgar com sabedoria os valores
terrenos colocando nossas esperanças nos bens eternos” (Pós-comunhão).
Fonte - http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/04/12/2016
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