Homilia do 9º Domingo Comum
“A força da oração”
Nunca vi tanta fé
O Evangelho não pode ser mudado nem
trocado por nada. Paulo é duro com os gálatas que andaram misturando
teorias com o Evangelho. Mesmo que venha um Anjo do Céu e pregue um
Evangelho diferente do que vos pregamos, seja excomungado (Gl 1,8). Uma
verdade que vem do Evangelho de Jesus, como lemos hoje é que Deus atente
todos os que O procuram com fé.
Toda oração é uma demonstração de fé. Só
reza quem crê, mesmo que essa oração seja feita por alguém que não faz
parte de nosso modo de viver. Salomão o disse com clareza quando
inaugurou o templo de Jerusalém. Diz: “Se um estrangeiro que não
pertence ao nosso povo, escutar falar de teu grande nome, e por isso
vier rezar nesse templo, Senhor, escuta do céu e atende a todos os
pedidos desse estrangeiro” (1Rs 8,1-45).
Jesus afirma que Ele é o templo:
“Destruí esse templo Eu o reedificarei em três dias” (Jo 2,19). Quando o
oficial romano pediu, por intermédio dos anciãos judeus, que curasse
seu empregado, teve fé na força da palavra de Jesus para a cura de seu
empregado. Nem quis ir pessoalmente, nem sentiu necessidade de o Senhor
ir pessoalmente. Bastava a Palavra. E Jesus o elogia dizendo “Nem em
Israel encontrei tanta fé” (Jo 7,9). O fundamento da oração é a fé em
Jesus.
Não há outro modo mais justo na oração
que viver esse Evangelho. É a fé, não o modo como fazemos a oração. Por
isso é muito conveniente não impor modos e regras aos outros, mas
estimular a fé. As palavras do pagão romano foram tão profundas que
permanecem na liturgia quando nos é apresentada a Comunhão (Jo 7,6). Há
um único modo de rezar: com fé. O modo como se reza depende de cada um.
Deus é quem comanda a oração e não nós. Rezamos a oração da Igreja, para
indicar os caminhos.
O Pai atende todos
Salomão faz um templo aberto a todos os
povos. Não precisamos mais de templos exclusivos para a oração, pois
Jesus ensinou a orar em espírito e verdade (Jo 4,24). Toda oração é
conduzida pelo Espírito e realiza a verdade que é Jesus. Jesus é a
verdade da oração, por isso Paulo diz que o Espírito ora em nós com
palavras que não temos (Rm 8,26). O Espírito Santo fala com o Pai sobre
Jesus que é a Verdade. Certo que a oração bem feita humanamente, mas só é
oração se fazemos com fé, mesmo frágil.
É o Espírito quem reza. Ele faz a
relação entre o Pai e o Filho. Por mais frágil que seja nossa oração,
ela ganha força nessa relação amorosa que há na Trindade Santa. Pelo
Espírito nossa oração fala a língua de Deus. Sempre podemos aprimorar,
pois não sabemos o que rezar (Ib). Mas ninguém pode dar-se o direito de
negar a oração dos outros, mesmo que não sejam como as nossas. Essa
oração se encontra também fora do âmbito de nossas comunidades, mas
estão na Igreja. A evangelização procura purificar e colocar a Palavra
no centro de nossas orações.
Um só Evangelho
Sempre vemos pessoas mudando de religião
como se troca de roupa. O que procuram? Há pessoas que criam religiões.
Não duvidando de sua boa vontade de procurar o bem, temos que nos
alertar para a firmeza das palavras de Paulo sobre as mudanças que
fazemos na compreensão do Evangelho.
Ele deve ser assumido na sua totalidade e
não somente firmar-se em algum ponto e fazer dele a totalidade. Podemos
apoiar nossos pensamentos em poucas frases, mas não esquecer que a
Palavra é um todo e se explica somente nesse todo e não em teorias. A
pregação deve procurar sempre fundamentar a fé.
Leituras: 1 Reis, 8,41-43; Salmo 116;Gálatas 1,1-2.6-10;Lucas 7,1-10.
Ficha nº 1548 – 9º Domingo do Tempo Comum (29.05.16)
Como se faz uma oração forte?
Encerramos o Tempo Pascal com a festa de
Pentecostes e iniciamos o tempo comum com a festa da Santíssima
Trindade. Agora retomamos os domingos do Tempo Comum no qual lemos o
Evangelho de Lucas.
De vez em quando as pessoas pedem uma oração boa para resolver algum problema. Onde está a força da oração?
Primeiramente temos consciência, como
reza Salomão, que Deus ouve a todos. Não seleciona nem cristãos,
católicos ou outros tantos. Ele diz, referindo-se à oração do pagão: “Se
ele vier de uma terra distante, para rezar neste templo, Senhor, escuta
então do céu e atende a todos os pedidos do estrangeiro” (1Rs 8,42-43).
Em segundo lugar, como nos escreve
Paulo, é preciso ser fiel ao evangelho de Jesus e não ficar pulando de
galho em galho como fazem alguns que não têm firmeza na fé.
Jesus no Evangelho dá a indicação que é
preciso acreditar que Jesus ouve. O oficial romano que tinha um
empregado doente, pediu aos anciãos judeus que intercedessem por ele a
Jesus. Jesus disse que iria lá. Ele respondeu que não precisa vir,
bastava sua palavra e meu servo ficaria curado (Lc 7,1-10). Sem essa fé,
a oração será sempre frágil.
Fonte - http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/29/05/2016
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