Centenário da Arquidiocese de Maceió

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Unidade total


Os Atos dos Apóstolos nos contam como viviam os primeiros cristãos (4,32-35). A narração é bonita e deixa o leitor estupefato. Será que era assim mesmo, ou o autor quis apenas mostrar a transformação que o Espírito Santo faz nas pessoas que lhe abrem o coração? Todavia é fácil entender aquele modo de vida não só pela entusiasmo do começo da nova vida, mas também porque o número de cristãos ainda era relativamente pequeno.

Hoje as coisas mudaram. Somos mais de um milhão e nem todos vivem o Evangelho como ele pede. Apesar disso, muitas comunidades católicas procuram viver como fala Lucas, embora não seja tão ao pé da letra.

Se não podemos mais viver a narrativa dos Atos tal como viviam os primeiros cristãos, temos de viver uma unidade total, isto é, com um só coração é uma só alma.

O mundo de hoje está muito dividido e isso em todos setores, inclusive o eclesiástico. Enquanto muitos vivem na miséria, sem comida, sem roupa, sem casa, outros vivem na abundância, no desperdício, na ganância, na politicagem da grandeza, do poder e da riqueza. Enquanto muitos se banqueteiam com alimentos caros e preciosos, outros catam no lixo alguma coisa para matar a fome. Por isso, ficamos admirados com Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce. A verdade é que não vivemos como JESUS ensinou; a verdade é que somos dominados pelo egoísmo; a verdade é que isso acontece até mesmo nos meios religiosos. Gasta-se dinheiro com coisas fúteis e inúteis, enquanto muitos dos nossos irmãos não podem comprar o pão nosso de cada dia. Tinha toda razão Francisco de Assis, quando exigia de seus discípulos uma pobreza total.

No Juízo final, o Senhor vai dizer: tive fome e não me deste de comer, estava nu e não me vestiste e que respondermos a Ele, que precisávamos de ter boas roupas, que precisávamos de passear para conhecer o mundo, que precisávamos de ter um bom carro, que tínhamos de ser iguais aos outros que vivem bem na sociedades? A verdade é que a vida é curta e, após a morte, seremos cobrados por Deus e, se nossas contas não estiverem certinhas, teremos a sorte do rico epulão e essa por toda a eternidade.

Aproveitemos o pouco tempo da nossa vida na fraternidade, na ajuda aos necessitados que nos estendem a mão pedindo um auxílio qualquer. E não se trata apenas de ajuda material, há muitos, muitos mesmo que precisam apenas de uma palavra, de um conselho ou de uma orientação. O que nos dará uma eternidade feliz é a caridade!
Mons. Pedro Teixeira Cavalcante é Doutor em Teologia
Fonte - gazetaweb.com 

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