Homilia da festa de Pedro e Paulo
“Pilares da Igreja”
Fé para evangelizar
A leitura dos Atos dos Apóstolos e da 2ª
epístola a Timóteo narra o sofrimento e a fortaleza de Pedro e Paulo.
Por serem discípulos de Jesus foram perseguidos. Em sua fé encontraram
força na certeza da presença de Jesus. Paulo diz: “O Senhor esteve ao
meu lado e me deu forças” (2Tm 4,17). Pedro tem o mesmo sentimento: “Sei
que o Senhor enviou o seu anjo para libertar-me do poder de Herodes e
de tudo o que o povo judeu esperava” (At 12,11).
A fé é a garantia dessa certeza: “Tu és o
Messias, Filho de Deus vivo”, diz Pedro (Mt 16,16). Paulo proclama:
“Combati o bom, combate, completei minha carreira, guardei a fé” (2Tm
4,7). A missão dos dois apóstolos não é só uma obra apostólica, mas
fruto de uma fé. Esta fé não é uma atitude primeiramente humana, mas vem
do próprio Pai. Jesus o afirma: “Feliz és tu, Simão, porque não foi um
ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt
16,17).
O fundamento de toda a fé é o dom do
Pai, acolhido pelo homem. Isto porque a fé supõe também a condição
humana. Jesus afirma categoricamente: “Por isso Eu te digo: Tu és Pedro,
e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno
nunca poderá vencê-la” (Id 18). Aqui tem um jogo de palavras: Pedro e
pedra são a mesma palavra em hebraico – Cefas.
A fé está em uma pessoa. Lembramos que
Jesus se encarnou na “humanidade” e os sacramentos têm a parte material,
por exemplo, o pão e o vinho, a água etc… Por isso temos a missão de
Pedro que é continuada pela Igreja, tendo Pedro, o Papa, como cabeça. O
modo de o Papa ser Papa, varia de acordo com os tempos. Cada Papa nos
abre uma compreensão de um aspecto de seu ministério. Nenhum Papa é
igual ao outro, mas todos continuam a missão de Pedro de confirmar na fé
(Lc 22,32).
Um modo de viver da Igreja
Entre os muitos ensinamentos da festa
dos dois apóstolos, podemos refletir a partir de sua missão que é a
unidade de fé missão de Cristo na diversidade. A unidade se faz na fé. A
mesma fé em situações diferentes traz um modo de ser Igreja. Esta não
se fixa nas formas, mas no dinamismo da fé. Havia uma grande questão que
incomodava as comunidades: “Os cristãos provindos do paganismo deveriam
praticar a lei judaica?” Foi definido pelos apóstolos que os judeus
convertidos seguiriam a lei de Moisés e as tradições e crendo em Jesus
como Messias. Os gentios não teriam obrigação de seguir os preceitos da
tradição judaica, mesmo sendo cristãos. São dois modos de ser Igreja. O
modo judeu durou algum tempo. É importante para a Igreja abrir às
pessoas o conhecimento de Jesus para que lhes seja dada a fé como foi
dada a Pedro. Mas deve-se estar atento à diversidade das culturas para
que não se atrele a fé a uma cultura, como aconteceu por séculos. Não se
nega o valor da cultura de romana, mas as culturas dos povos também têm
grandes valores. Esse é o ensinamento do Vaticano II no documento Ad
Gentes sobre a missão (AG nº 10 e 22).
Viver a fé na adversidade
A liturgia do dia lembra um resultado da
pregação dos apóstolos e ao mesmo tempo indica como devemos viver:
“Concedei-nos viver de tal modo na vossa Igreja que, perseverando na
fração do pão e na doutrina dos apóstolos e enraizados no vosso amor,
sejamos um só coração e uma só alma” (Pós-Comunhão). Viver a fé exige
que a vida de comunidade seja completa acolhendo a Palavra, formando a
comunidade, unindo-se na oração e na festiva fraternidade. Não existe
uma fé só para si. Cremos e entramos em um corpo que é a Igreja. Pedro,
por ser mais próximo de nós, é mais conhecido que Paulo.
Leituras: Atos dos Apóstolos 12.1-11;Salmo 33; 2 Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.
Ficha nº 1558 – Homilia da festa de S. Pedro e S. Paulo (03.07.16)
Os apóstolos Pedro e Paulo são
perseguidos, sofrem, mas sentem a força na fé em Jesus. Sua fé subsiste
em sua condição humana. O Papa continua a missão de Pedro de confirmar
na fé.
Pedro e Paulo tiveram a mesma missão e a
realizaram de modo diferente levando em conta a condição dos cristãos
vindos do judaísmo e do paganismo. A Igreja deve estar atenta à
diversidade de culturas como ensina o Vaticano II.
A fé que recebemos nos leva a viver o
espírito da comunidade primitiva que estava firme nos ensinamentos dos
apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.
Dois homens e um mundo
A festa de S. Pedro e S. Paulo, reunindo
estes dois pilares da Igreja, ressalta a unidade da missão de Cristo na
diversidade das situações. É uma visão ampla e aberta a todos os povos.
Jesus não abandonou o povo da antiga
aliança. Por isso confiou a Pedro sua evangelização. Ele proclamou para
os judeus Jesus como realizador das promessas.
Paulo, não abandonou a tradição dos
pais, pois realizou a missão do povo de Deus anunciando o Messias. Deus
fez um povo para chegar a todos os povos, e não para que todos os povos
chegassem a esse povo.
Ensinamento dos dois apóstolos é um
caminho de espiritualidade. Mesmo no sofrimento têm a presença de Jesus,
pois assumiram sua vida e sua missão, continuavam o ministério, vivendo
seu mistério.
Celebrar os dois apóstolos é constituir
comunidades completas perseverando na fração do pão e na doutrina dos
apóstolos, enraizados no amor, tendo um só coração e uma só alma
(Pós-comunhão).
Como colunas da Igreja, souberam
equilibrar o edifício feito de pedras vivas com duas tendências
diferentes. A Igreja se estabeleceu no mundo pagão e no mundo judeu
Os dois apóstolos nos dão as primícias
da fé (prefácio): Temos o fundamento na profissão de fé de Pedro e no
combate de Paulo pela fé. Somos chamados a derrubar as barreiras e
manter a unidade. E sejamos fiéis.
Fonte - http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/03/07/2016

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