“E Jesus disse: ‘se alguém Me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz de cada dia e siga-Me'” (Lc 9,23).
O convite do mestre Jesus é para
segui-Lo, mas todo seguimento exige condições; e para seguir a Jesus não
é diferente. Muitos querem segui-Lo e não dão conta, outros começam a
segui-Lo, porém, O abandonam, porque os caminhos do mundo parecem mais
fáceis e atrativos. Porém, para seguir a Jesus, primeiro, é preciso
renunciar a si mesmo.
A palavra “renúncia” parece muito
pesada, mas, acima de tudo, ela é abandono, esvaziamento. Nós somos
muito “cheios de nós”, “cheios de vontade própria”, “cheios de querer”; e
como nós nos “enchemos muito”, nos tornamos incapazes de nos
esvaziarmos.
Renunciar é, acima de tudo,
esvaziar a alma, a vontade, os pensamentos, os sentimentos, para que,
assim, possamos nos encher dos sentimentos de Deus e para que eles
estejam em nós! Por isso, trabalhemos a renúncia em cada dia de nossa
vida.
Renunciemos as pequenas coisas.
Renunciemos a essa vontade que temos de aparecer, a essas discussões que
travamos em casa, com a família, nas redes sociais; renunciemos a essas
vaidades que nos cercam a cada dia; renunciemos a nossa petulância, o
nosso orgulho, nossa soberba; renunciemos o ressentimento, o rancor, a
mágoa; renunciemos a esse sentimento de vingança que alimentamos dentro
de nós; renunciemos a maldade que está na alma. É necessário renunciar
para poder avançar e crescer na intimidade, na espiritualidade e na
nossa relação com Deus.
A palavra “renúncia” parece muito pesada, mas, acima de tudo, ela é abandono
Então, a primeira
necessidade para seguir a Jesus é a disposição de renunciar; depois,
tome e abrace a sua cruz, porque não adianta só a tomar e dizer: “Ai que
cruz pesada”, também é preciso abraçá-la. Abraçar a cruz como a
salvação da própria vida é dar sentido à própria vida e existência. Em
vez de ficar reclamando das circunstâncias da vida, da dor, da
enfermidade; das situações que enfrentamos: o casamento que não está tão
bem ou está, mas não do jeito que queríamos ou da família que enfrenta
“essa ou aquela” situação, abrace a essa cruz. Aquilo que você reclama,
rejeita, que não toma para si: você não o abraçou, não amou. Cruz é para
ser amada; Cristo abraçou a cruz e a carregou com todo o Seu coração.
Nós somos convidados a vivermos a
espiritualidade do Crucificado, é mais do que carregar uma cruz no
peito, é abraçar a cruz da vida, da existência com todas as suas
circunstâncias e transforma-la pela luz do Evangelho, pela luz de Cristo
Jesus. Sem cruz ninguém segue a Jesus.
Sejamos discípulos do mestre, renunciando, a cada dia, o nosso ego e abraçando as cruzes que estão ao longo da vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
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