Evangelho do dia - Jo 6,37-40
Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 37“Todos os que o Pai
me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. 38Pois eu
desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que
me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca
nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois
esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê
tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”. — Palavra da
Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Catequese Bíblico-Missionária
A Igreja celebra a esperança da vida ao recordar todos os falecidos. É
a Igreja peregrina vivendo em comunhão com todos os que já se foram.
Desde o século XI, a Igreja celebra este dia, iniciado no mosteiro
Beneditino de Cluny, na França. Neste dia de prece, fiquemos com a bela
meditação de Leão Dehon:
“O amor ultrapassa o temor e a esperança. O amor não destrói o temor
nem a esperança, mas retira-lhes o que o amor-próprio lhe pode misturar
de visões mercenárias. O amor não conhece habitualmente outro temor
senão o temor filial, isto é, o medo de desagradar a um Pai bem-amado.
Sendo filho do amor, esse temor é de uma atenção e delicadeza totalmente
diferentes do medo da justiça divina e dos seus castigos. Leva a evitar
as mínimas faltas, as mais pequenas imperfeições voluntárias. Em vez de
comprimir e de gelar o coração, alarga-o e aquece-o. Não causa nenhuma
perturbação, nenhum alarme; e mesmo quando escapa alguma falta, reconduz
docemente a alma ao seu Deus através de um arrependimento tranquilo e
sincero.
Procura acalmar-se e reparar abundantemente da mágoa que se lhe pôde
causar. De resto, não se inquieta nem perde a confiança. O amor tira
também à esperança o que ela tem de demasiado pessoal. Aquele que ama
não sabe outra coisa senão contar com Deus, nem fazer boas obras,
principalmente com o objetivo de acumular méritos; e por esse nobre
desinteresse, merece incomparavelmente mais.
Esquecendo tudo o que fez por Deus, não pensa noutra coisa senão em
fazer ainda mais. Não se apoia sobre si mesmo; visa a recompensa celeste
menos sob o título de recompensa do que como uma garantia de amar o seu
Deus com todas as suas forças e de ser por Ele amado durante a
eternidade. Sem excluir a esperança, que lhe é natural, considera a
felicidade mais do lado do bom agrado do seu Deus e da sua glória que
lhe pertence do que do lado do seu próprio interesse. E quando o amor
está no seu ponto mais elevado de perfeição, estaria disposto a
sacrificar sua felicidade própria à vontade divina, se exigisse dele
esse sacrifício.
Coloca sua felicidade no cumprimento dessa vontade. O coração dos
Santos atingiu mesmo sobre a terra esse grau de pureza. É a disposição
dos bem-aventurados no céu. É preciso, portanto, que o amor seja
purificado a esse grau neste mundo, ou no outro, pelas penas do
purgatório.
Há, portanto, que deliberar sobre essa escolha? E quando a via do
amor não tivesse outra vantagem senão a de nos isentar do purgatório ou
de lhe abreviar consideravelmente a duração, poderíeis hesitar em
abraçá-la?”
(João Leão Dehon, OSP 2, p. 16s.).
Oração
Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé no
Cristo ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na
ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.— Amém.
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