“Deus não se faz esperar”
Os gritos dos pobres
“Jesus contou aos discípulos uma parábola para mostrar-lhes a
necessidade de orar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1). Há críticas a
respeito da oração de pedido, sobretudo se são para coisas materiais ou a
situações muito humanas, como no caso da parábola da viúva era
desprotegida. Até nisso dependemos de Deus. Jesus explica a oração como
uma súplica insistente. A viúva, com sua insistência, convence o juiz a
cuidar de sua causa. Deus não se cansa com nossas insistências. Pelo
fato de seus escolhidos não terem outra defesa que sua bondade, não vai
deixar de lado sua causa e o fará logo, não deixando esperar. As
Sagradas Escrituras sempre colocam Deus como protetor dos fracos e
pobres. O que venceu o juiz foi a insistência da pobre viúva. As viúvas,
com a morte dos maridos, ficavam totalmente desamparadas. O fiel
cristão está desprotegido na sociedade, mas tem certeza da pressa de
Deus em atendê-lo. Assim deve ser a oração. Não para dobrar Deus, mas
para sermos sempre insistentes. A insistência é um modo de oração. Rezar
não é falar muitas coisas para Deus, mas muitas vezes a mesma coisa
(Beato Charles de Foucauld). E Deus fará justiça bem depressa. A oração
insistente é ouvida por Deus que sempre atende e logo. A atitude de
Moisés em oração pelo sucesso da batalha é dada como modelo de oração.
Assim permanece em oração o tempo todo, com a ajuda de Aarão e Ur que
lhe sustentam os braços. A oração participada tem mais valor. Jesus diz
uma coisa complicada: “O Filho, quando vier, encontrará fé sobre a
terra? (Lc 18,8). Sem a oração a fé desfalece.
De onde vem nosso socorro?
A oração permanente é o requisito fundamental para nossas vitórias. É
a garantia. O altar é a pedra sobre a qual se firmam os que buscam a
Deus em sua oração. O Salmo 120 mostra que o socorro vem de Deus. Essa
sempre renovada confiança é a garantia de ter ajuda. Moisés pede a
vitória sobre o inimigo. Temos um inimigo muito mais forte porque pode
penetrar as decisões de nossa vida. Por isso o salmista diz que levanta
os olhos para os montes, para o alto. Lá está Aquele que fez o céu e a
terra, por isso pode continuar fazendo tantas coisas. Deus nos guarda
constantemente: “Ele não deixa tropeçarem os meus pés e, não dorme quem
te guarda e te vigia... O Senhor te guardará de todo o mal, Ele mesmo
vai cuidar da tua vida! Deus te guarda na partida e na chegada. Ele te
guarda desde agora e para sempre!”(Sl 120). A proposta permanente de
Deus para o sustento de nossa fé é estar sempre cuidando de nós. Nossa
resposta é a permanente atitude de estar sempre buscando sua proteção e
sua ajuda. Somos fracos, mas temos onde nos escorar.
A Palavra que reza
Paulo escreve a seu querido discípulo, a quem nomeara como supervisor
de uma grande área de seu ministério, que insistisse muito na formação
das comunidades, sobretudo pela pregação. Timóteo sempre fora fiel
aprendiz da Palavra. “As Sagradas Escrituras têm poder de te comunicar a
sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus”. Não basta um
conhecimento superficial, como uma bíblia de enfeite. Ela é inspirada
por Deus. Na Palavra encontramos o caminho da oração. Rezamos pela
Palavra e a Palavra nos ensina a rezar. Por isso Paulo diz a Timóteo que
proclame a Palavra e insista. Por isso temos que ouvir a Palavra que
nos conduz à oração insistente, pois insistente deve ser nossa oração
seja insistente. Moisés ensina a não abaixar os braços. Ensina também
que devemos ajudar uns aos outros na oração comum. Ela tem força de
vencer as batalhas.
Leituras: Êxodo 17,8-13; Salmo 120;2 Timóteo 3,14-4,2; Lucas 18,1-8.
Ficha nº 1902 - Homilia do 29º Domingo Comum (20.10.19).
1. A oração insistente é ouvida por Deus que sempre atende e logo.
2. A oração permanente é o requisito fundamental para as vitórias.
3. Temos que ouvir a Palavra que nos conduz à oração insistente.
Escolinha de Jesus
Jesus ensina o be-a-bá da oração a seus discípulos. Tudo em Jesus é
fácil de compreensão, pois Ele parte da vida comum. Os fatos do dia a
dia podem explicar o que quer ensinar. Hoje ensina que a oração tem algo
de chato. Chato, não pelo assunto, mas pela insistência. Jesus rezava
muito. Pelo que conhecemos Dele, insistia em repetir as mesmas coisas,
como vemos em sua dolorosa agonia no Jardim das Oliveiras. Aprendemos,
quando estudávamos que a repetição é a mãe dos estudos. Repetindo
fixamos o conhecimento. Assim também, buscando sempre, podemos fixar em
nós os ensinamentos de Jesus. Ensina também a rezar sempre, não para
convencer Deus de nossas necessidades, mas de nos convencer da
necessidade de buscar sempre a Deus.
Fonte - https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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