“Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de
tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos
homens!” (Mateus 16,23).
Jesus estava perguntando para os homens quem era o Filho do Homem, e,
diante de tantas respostas, é Pedro quem dá Lhe a resposta essencial:
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
Jesus é para nós o Cristo, é o Senhor, Ele é a vida de Deus, Ele é
Deus vivo e presente no meio de nós. E Pedro foi feliz, pois foi em cima
dessa verdade que ele se abriu e Deus colocou, no seu coração, a
responsabilidade de cuidar da Igreja, para que a Igreja do Senhor esteja
fundada nessa única verdade.
Cristo é o único fundamento, é a única pedra. A felicidade de Pedro
está em seguir Cristo vivo e verdadeiro. O Cristo vivo e glorioso é o
Cristo, o Servo sofredor, é Aquele que vai carregar a sua cruz, é aquele
que vai ser morto, é aquele que vai ser negado pelos homens.
Diante dessa afirmação do Senhor, Pedro repreende Jesus: “Não, o
Senhor não vai passar por isso”. É como se nós também estivéssemos
dizendo para Jesus: “Não queremos carregar nenhuma cruz. Não queremos
saber de nenhum sofrimento. Não queremos saber de nenhuma vida difícil.
Não queremos saber de morrer. Não morreremos”.
Caminhemos em direção ao Céu sem deixar de carregar a nossa cruz de cada dia
Assim como Jesus disse a Pedro, Ele também diz a nós: “Esse
pensamento é mundano”. É assim que o demônio quer que nós pensemos, é
assim que satanás ilude o mundo, é a propaganda dele. Ninguém mais vai
ter problema, doença, enfermidade; vai ser tudo prosperidade, vai ser
tudo muito bem.
Não é verdade, pois a vida humana caminha para a glória de Deus, e os
discípulos seguem o seu Senhor e Mestre na agonia da cruz para poder
chegar à glória da ressurreição. Não podemos separar o Cristo, como se
um fosse o Cristo sofredor e o outro fosse o Cristo glorificado e
ressuscitado.
O Cristo sofredor, o Cristo servo e desprezado pelos homens, é o
Cristo glorioso. Do mesmo jeito, Cristo está conosco no sofrimento e na
alegria, na doença e na cura, está conosco na morte para nos conceder a
ressurreição.
Não pensemos nem deixemos que a nossa vida seja guiada apenas pelo
pensamento de que Deus concede apenas aos Seus prosperidade, porque o
Seu próprio Filho experimentou a cruz no sentido mais profundo que ela
possa ter.
A vida de Cristo não foi próspera, cheia de momentos felizes onde
tudo ia bem, onde só acontecia coisas maravilhosas. É claro que Ele
experimentou, na carne humana, tudo aquilo que são as vicissitudes da
vida humana de correr, de ter alegria, mas de ter tristezas, de ter
momentos felizes, mas também decepções. É verdade que Ele experimentou
alegrias que fez o seu coração exultar, mas experimentou uma tristeza
profunda, que suou até sangue. Por isso, Deus não quer que nos percamos
na vida, sobretudo, na nossa relação com Ele.
Caminhemos em direção ao Céu sem deixar de carregar a nossa cruz de
cada dia. O que passar disso não é de Deus, é a visão mundana que,
muitas vezes, invade a nossa mística e a nossa espiritualidade de
seguidores de Jesus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook
Fonte - https://homilia.cancaonova.com/homilia/carreguemos-nossa-cruz-de-cada-dia/
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