“Jesus estava rezando”
Eu gritei e me escutastes
A vida espiritual acontece dentro das condições humanas que nos
assustam e ao mesmo tempo nos maravilham por sua presença em nosso
cotidiano. Temos o sentimento de distância de Deus, ao mesmo tempo
sentimos a necessidade de um contato mais aberto e próximo a partir da
condição humana. Assim vencemos a barreira do medo da divindade. Jesus
com seu exemplo e ensinamento nos ensina pedir com insistência, com a
parábola do amigo chato que pede pão para seu hóspede. Insiste tanto que
acaba tirando o amigo de seu sossego conseguindo o que precisa. Os
evangelistas nos trazem muitos momentos nos quais Jesus faz suas
orações. Os discípulos veem Jesus rezar. Isso deve ter marcado muito
suas vidas. Pedem a Jesus que os ensine a rezar como João ensinara seus
discípulos. Jesus dá a instrução, oferecendo um pequeno texto no qual
está presente uma síntese do conteúdo. A oração escrita ou decorada é
enriquecida de temas que nos abrem as portas do Céu. Os textos usados na
liturgia salientam a oração de petição. Deus sabe o precisamos, mesmo
antes de Lho pedirmos. Primeiramente a oração está ligada ao profundo de
nosso coração que suplica, pede, insiste com uma confiança ilimitada.
Abraão (Gn 18,20-32) conversa com Deus ao modo de um negociante e o
freguês. Conversar o preço. Santo Afonso, doutor da oração, diz que
rezar é falar com Deus como um amigo fala com o amigo. A urgência nos
leva também a tratar Deus como um amigo muito íntimo. O Antigo
Testamento mostrava um Deus exigente. Jesus ensina a oração do Pai
Nosso. Era o seu modo de rezar.
Oração é riqueza
Jesus ensina seu modo de falar com o Pai. O amigo pode se cansar e,
com enfado, dar o pão que o amigo necessita. Jesus dá o exemplo de
confiar as coisas nas mãos de Deus. Ele é o bom Pai e nos ensina a fazer
como Ele faz. E mostra que em todas as coisas, o Pai é melhor que nós
que somos maus. É imediata a resposta a nossa oração. Jesus sabia como o
Pai ouvia sua oração: “Pedi e recebereis; procurai e encontrareis;
batei e vos será aberto. Quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, a
quem bate, se abrirá” (Lc 11,1-13). Afirma também e, com certeza, que
Deus dará tudo o que nosso coração pede. Jesus lembra ainda que nós
fazemos tudo bem. Assim não daremos “outras coisas” aos filhos, mesmo
nós que somos maus. Sabemos o que os filhos precisam: “Ora, se vós, que
sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai
do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem” (Lc 11,11-13). O final
do texto parece desmontar a palavra de Jesus. Tudo que pedirmos
receberemos. Paulo nos coloca a grande verdade do Cristo que realizou
nossa redenção.
Direito de pedir
Por que o texto muda a direção afirmando que o Pai dará Espírito
Santo aos que o pedirem. Nós sabemos dar coisas boas. O Pai supera a
todos, dando o que lhe é o bom, o Espírito Santo. O Pai deu-nos o
direito de receber o Dom maior que é o Espírito Santo. Com Ele nos dá
todas as coisas. A atitude de pedir ao Pai significa que estamos fazendo
o caminho permanente da redenção que o Pai realiza em nós. O salmo
descreve a ação de graças pelos benefícios recebidos, sempre maiores que
nossos pedidos. Agradece pelo amor com que fomos tratados. Temos um
pedido especial a fazer: “completai em mim a obra começada. Senhor,
vossa bondade é para sempre”... Lembramos que Deus quer estar conosco.
Quer falar conosco como a filhos queridos que pedem sobretudo o
Espírito.
Leituras: Gênesis 18,20-32; Salmo 137; Colossenses 2,12-14; Lucas 11,1-13
Ficha nº 1872 - Homilia do 17º Domingo Comum (28.07.19)
1. Deus sabe o que precisamos, mesmo antes de Lho pedirmos.
2. Ele é o bom Pai. Ele nos ensina a fazer como Ele faz.
3. O Pai supera a todos, dando o que lhe é o bom, o Espírito Santo.
Deus ama o chato
Encontramos sempre novos caminhos para o conhecimento de nossa fé.
Mesmo tendo ensinado que a pureza e a sublimidade da oração, Jesus
ensina a viver a fé e a segurança em Deus. Jesus ensina como modelo e
que oferece sempre novos meios que vão entrando no povo de Deus. É o que
vemos hoje em seu ensinamento. Primeiro dá o exemplo, depois dá em
testamento seu modo de orar, que é o que ensina aos discípulos.
Primeira regra é ter coragem de buscar o que precisa. E dá o exemplo
do amigo que bate à porta do amigo para lhe dar pão a sua visita. É um
diálogo constrangedor.
Jesus dá o modelo de sua oração: pedir insistentemente. O camarada é
chato e consegue o que quer. Mesmo que o outro dê o pão para satisfazer a
necessidade do amigo, mostrou que nossa oração deve ser insistente.
Certamente a parábola é o que acontecia
em sua vida humana. Deus garante que é bondoso. Nem precisa tanto empenho.
Por isso Jesus quer ser sempre buscado para realizar as nossas
verdadeiras necessidades. Não reclame depois, querido Pai, se soubermos
aproveitar esta chance.
Fonte - https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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