“Depois disse a Tomé: ‘Põe o
teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu
lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’” (João 6,27).
Jesus, o Ressuscitado, está dizendo ao
apóstolo São Tomé o que temos, hoje, a graça de celebrar: “Não seja um
homem incrédulo, mas fiel”.
Incredulidade todos nós temos. Somos uma
mistura de fé e incredulidade, uma mistura de confiança e desconfiança
até de Deus. Eu sei que todos nós cremos n’Ele, mas não nos abandonamos
n’Ele.
Somos movidos por aquilo que domina o mundo
em que estamos, que é o racionalismo e o materialismo. A racionalidade
faz parte daquilo que somos enquanto pessoas humanas, e não podemos
ignorar a razão, a qual é muito importante para que as coisas sejam
concatenadas, compreendidas e elucidadas.
O que não pode é a razão dominar a fé. A
razão tem elementos maravilhosos para a fé, mas a fé é algo muito mais
sublime, ela é sobrenatural, é a nossa união com o Divino. Por isso, não
podemos tornar a nossa fé material.
A fé material é aquela em que só cremos
naquilo que vemos, naquilo que os olhos podem enxergar. Isso não é fé,
pelo contrário, isso é falta de fé, porque cremos num Deus que não
vemos, mas O amamos e tocamos, porque Ele toca em nós, e a sua graça
está em nós.
A fé precisa estar para além dos sentidos e sentimentos, porque ela é o encontro pessoal e transformador com Deus
A graça de Deus se materializa quando a
assumimos em nossa vida e a fazemos acontecer. A fé em Deus não se
materializa no sentido material da presença sensível, humanamente
falando, mas a fé se materializa nos gestos, no amor, na vivência e nas
atitudes que demonstramos em relação a ela.
Nossa fé, muitas vezes abalada, torna-se
uma fé incrédula quando passamos por decepções. Os discípulos estavam
acordando de uma profunda decepção, pois o Mestre que eles seguiam foi
crucificado. É óbvio que isso os deixou abalados, porque não se
prepararam ou não mergulharam no mistério da cruz.
Quando não mergulhamos no mistério da cruz
de Jesus, também nos abalamos diante das adversidades, das situações
complicadas e duras da vida. Abalamo-nos diante de tantas situações que
colocamos até a nossa fé em xeque. Quando a nossa fé é autêntica, quando
ela é provada no mistério da cruz de Cristo, passamos por situações,
purificações, nem sentimos a presença de Deus muitas vezes, mas a nossa
fé é para além dos nossos sentimentos.
Não cremos porque sentimos, cremos, porque
Ele nos ama e a nossa resposta de amor a Deus é a nossa fé. Por isso, a
fé precisa estar para além dos sentidos e sentimentos, porque fé é
encontro pessoal e transformador com esse Deus que deu razão e sentido
para a nossa vida.
Deus abençoe você!
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