Centenário da Arquidiocese de Maceió

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Vivendo a Santa Missa parte por parte


Para melhor participarmos da Santa Missa devemos conhecer minimamente suas partes, que são apenas três: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística.

Ritos Iniciais

Os ritos iniciais dividem-se em cinco momentos: a entrada, o ato penitencial, Kyrie, o glória e a oração de coleta.

Entrada

A entrada inicia-se com o cântico de entrada ou a antífona. O Missal diz que “a finalidade deste cântico é dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros”. É acolher o Cristo, Rei da Glória, que entra triunfante, e ao mesmo tempo é o Senhor carregando sua cruz para o calvário na pessoa do sacerdote.

Ato Penitencial

Para participarmos dignamente dos Santos Mistérios, devemos pedir perdão a Deus por todas as nossas faltas, com três possibilidades de formulários para tal. Após o Ato penitencial, canta-se o Kyrie Eleison, é um termo grego que significa “Senhor, piedade de nós”. Trata-se de um canto onde os fiéis aclamam o poderio de Deus e imploram sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada entre o povo e o coro ou um cantor.
Não se pode modificar este texto por nada, nenhum outro canto pode ser entoado. Exceto em caso de aspersão, o canto deve ter tais palavras. Que seja valorizado o canto em grego (Kyrie Eleison), pois é a última parte da missa que ainda está na missa celebrada pelos Apóstolos.

Glória a Deus

“O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto deste hino por outro.” — diz a instrução geral do Missal Romano. O glória é o momento de reconhecer a divindade, o poder, a majestade de Deus e do Cordeiro Imolado, tudo isso no Espírito Santo.
Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento e da Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em particulares celebrações mais solenes.

Oração de Coleta

Concluindo os ritos iniciais temos a oração de coleta. Nesta oração o sacerdote recolhe as intenções nos corações dos fiéis e no dele mesmo, e unido aos da Igreja, que será oferecida ao Pai. Então o sacerdote diz a oração que se chama “coleta”, pela qual se exprime o carácter da celebração.

Liturgia da Palavra

A liturgia da Palavra é o momento de ouvirmos o Senhor falar. O missal afirma que “Nas leituras, comentadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela-lhe o mistério da redenção e salvação e oferece-lhe o alimento espiritual. Pela sua palavra, o próprio Cristo está presente no meio dos fiéis”. Devemos participar deste momento com total silêncio, reverência e atenção, pois através dos leitores e do sacerdote, Deus está falando aos nossos corações, clamando pela nossa conversão. Neste momento não é apenas uma releitura de algo passado, mas as escrituras ganham vida e se tornam presentes.
A liturgia da palavra se divide em partes: Primeira leitura, geralmente do Antigo Testamento; um salmo de reflexão que responde à leitura feita; aos domingos e solenidades também há uma segunda leitura do Novo Testamento. O ápice da liturgia da palavra e com toda a solenidade e reverência à leitura dos Santos Evangelhos. Nele, o padre ou diácono, é o próprio Cristo que fala com seu povo, que explicam as leituras através da homilia.
O povo faz sua parte desta palavra divina com o silêncio e com os cânticos e a ela adere com a profissão de fé. Assim alimentado, eleva a Deus as suas preces na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

Liturgia Eucarística

A liturgia Eucarística é a parte principal da missa, onde o padre, pelo poder do Espírito, torna presente o sacrifício da cruz do Senhor. A partir do ofertório entramos no calvário do Senhor, estamos aos pés da cruz implorando ao Pai e oferecendo à Ele os méritos da morte, ressurreição e ascensão de Cristo.

O Ofertório

No ofertório são levados ao altar pão e vinho, os mesmos elementos que o Senhor usou na última ceia e o que ele afirmou que ele mesmo era o pão da vida e que o vinho era o seu sangue, sangue da nova e eterna aliança.
O missal ainda diz que o “sacerdote pode incensar os dons colocados sobre o altar, depois a cruz e o próprio altar. Deste modo se pretende significar que a oblação e oração da Igreja se elevam, como fumo de incenso, à presença de Deus… Depostas as oblatas sobre o altar e realizados os ritos concomitantes, o sacerdote convida os fiéis a orar juntamente consigo e recita a oração sobre as oblatas. Assim termina a preparação dos dons e tudo está preparado para a Oração eucarística”.

Oração Eucarística

A oração eucarística é o momento mais grave da Santa Missa, onde o sacerdote traz Deus para nós. Depostas as oblatas sobre o altar e realizados os ritos concomitantes, o sacerdote convida os fiéis a orar juntamente consigo e recita a oração sobre as oblatas. Assim termina a preparação dos dons e tudo está preparado para a Oração eucarística.
Nela, através de Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade, mistério da nossa salvação: “A oração eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício” (IGMR 54).
Há várias orações eucarísticas, quatro principais e outras dez para diversas ocasiões e necessidades Ela está dividida em:
  1. Ação de graças: é o louvor à Deus expresso principalmente no prefacio.
  2. Aclamação: onde o povo canta o Sanctus.
  3. Epiclese: onde o sacerdote invoca o poder do Espírito Santo sobre as oferendas.
  4. Narração da instituição e consagração: pela ação do Espírito, e através das palavras de consagração, o que era pão deixa de ser pão e o que era vinho deixa de ser vinho e se tornam o corpo e o sangue de Cristo.
  5. Anamnese: em obediência a este mandato, recebido de Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de modo particular a sua bem-aventurada paixão, gloriosa ressurreição e ascensão aos Céus.
  6. Oblação: neste memorial, a Igreja, de modo especial aquela que nesse momento e nesse lugar está reunida, oferece a Deus Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada.
  7. Intercessões: A igreja levanta ao Pai seu clamor, através do sacrifício de Cristo.
  8. Doxologia: é onde se exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação Amem do povo.

Rito da Comunhão

É a preparação para o banquete do Cordeiro. “A celebração eucarística é um banquete pascal. Convém, por isso, que os fiéis, devidamente preparados, nela recebam, segundo o mandato do Senhor, o seu Corpo e Sangue como alimento espiritual. É esta a finalidade da fração e dos outros ritos preparatórios, que dispõem os fiéis, de forma mais imediata, para a Comunhão”. Ela está dividida em Oração Dominical, Rito da Paz, Fração do Pão e comunhão.
Oração dominical é um grande momento de oração dentro da Santa Missa, nela, suplicamos ao Pai com a oração perfeita, feita e ensinada pelo próprio Senhor. Ao contrário dos outros momentos, a oração do “Pai-nosso”, na missa, não é concluída pelo Amém.
Rito da Paz “no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si própria e para toda a família humana, e os féis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial e a caridade mútua, antes de comungarem no Sacramento”. Neste momento não podemos perder o foco e cumprimentar os mais próximos a nós de maneira ordeira e ainda em profunda reverência ao Senhor que está sobre o altar.
Fração do Pão é feita acompanhada do “Agnus Dei”. Esse canto é o mesmo feito pelos eleitos no Apocalipse, o que exprime a profunda comunhão entre a Igreja triunfante com a Igreja militante. A fração do Pão significa que todos os fiéis, apesar de muitos são e participam do mesmo corpo.
A comunhão é o momento sagrado de consumação do Sacrifício, através dela cumpre-se a promessa de Nosso Senhor no Evangelho de São João: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.” (Jo 6,51). Para receberem o precioso Corpo e Sangue do Senhor, os fiéis devem exprimir um ato de adoração antes de fazê-lo: ou uma reverência, ou uma genuflexão ou recebem o Senhor de joelhos, como já se faz por tradição antiquíssima. A comunhão na mão também é possível, mas deve-se ter muito cuidado para não deixar que nenhum fragmento caia no chão. É muito salutar receber a Eucaristia, ajoelhado e na boca, para evitar que qualquer fragmento se perca.
“Para completar a oração do povo de Deus e concluir todo o rito da Comunhão, o sacerdote diz a oração depois da Comunhão, na qual implora os frutos do mistério celebrado.”
No Rito de conclusão nós encontramos:
  1. Notícias breves, se forem necessárias;
  2. Saudação e bênção do sacerdote, a qual, em certos dias e em ocasiões especiais, é enriquecida e amplificada com uma oração sobre o povo ou com outra fórmula mais solene de bênção.
  3. Despedida da assembleia, feita pelo diácono ou sacerdote;
Fonte - https://ecclesia.blog.br/vivendo-a-santa-missa-parte-por-parte-ddcf080ca390

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