Para melhor participarmos da Santa Missa devemos conhecer minimamente suas partes, que são apenas três: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística.
Ritos Iniciais
Os ritos iniciais dividem-se em cinco momentos: a entrada, o ato penitencial, Kyrie, o glória e a oração de coleta.
Entrada
A
entrada inicia-se com o cântico de entrada ou a antífona. O Missal diz
que “a finalidade deste cântico é dar início à celebração, favorecer a
união dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico
ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a procissão de entrada do
sacerdote e dos ministros”. É acolher o Cristo, Rei da Glória, que entra
triunfante, e ao mesmo tempo é o Senhor carregando sua cruz para o
calvário na pessoa do sacerdote.
Ato Penitencial
Para
participarmos dignamente dos Santos Mistérios, devemos pedir perdão a
Deus por todas as nossas faltas, com três possibilidades de formulários
para tal. Após o Ato penitencial, canta-se o Kyrie Eleison,
é um termo grego que significa “Senhor, piedade de nós”. Trata-se de um
canto onde os fiéis aclamam o poderio de Deus e imploram sua
misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada
entre o povo e o coro ou um cantor.
Não
se pode modificar este texto por nada, nenhum outro canto pode ser
entoado. Exceto em caso de aspersão, o canto deve ter tais palavras. Que
seja valorizado o canto em grego (Kyrie Eleison), pois é a última parte
da missa que ainda está na missa celebrada pelos Apóstolos.
Glória a Deus
“O
Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada
no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é
permitido substituir o texto deste hino por outro.” — diz a instrução
geral do Missal Romano. O glória é o momento de reconhecer a divindade, o
poder, a majestade de Deus e do Cordeiro Imolado, tudo isso no Espírito
Santo.
Canta-se
ou recita-se nos domingos fora do Advento e da Quaresma, bem como nas
solenidades e festas, e em particulares celebrações mais solenes.
Oração de Coleta
Concluindo
os ritos iniciais temos a oração de coleta. Nesta oração o sacerdote
recolhe as intenções nos corações dos fiéis e no dele mesmo, e unido aos
da Igreja, que será oferecida ao Pai. Então o sacerdote diz a oração
que se chama “coleta”, pela qual se exprime o carácter da celebração.
Liturgia da Palavra
A
liturgia da Palavra é o momento de ouvirmos o Senhor falar. O missal
afirma que “Nas leituras, comentadas pela homilia, Deus fala ao seu
povo, revela-lhe o mistério da redenção e salvação e oferece-lhe o
alimento espiritual. Pela sua palavra, o próprio Cristo está presente no
meio dos fiéis”. Devemos participar deste momento com total silêncio,
reverência e atenção, pois através dos leitores e do sacerdote, Deus
está falando aos nossos corações, clamando pela nossa conversão. Neste
momento não é apenas uma releitura de algo passado, mas as escrituras
ganham vida e se tornam presentes.
A
liturgia da palavra se divide em partes: Primeira leitura, geralmente
do Antigo Testamento; um salmo de reflexão que responde à leitura feita;
aos domingos e solenidades também há uma segunda leitura do Novo
Testamento. O ápice da liturgia da palavra e com toda a solenidade e
reverência à leitura dos Santos Evangelhos. Nele, o padre ou diácono, é o
próprio Cristo que fala com seu povo, que explicam as leituras através
da homilia.
O
povo faz sua parte desta palavra divina com o silêncio e com os
cânticos e a ela adere com a profissão de fé. Assim alimentado, eleva a
Deus as suas preces na oração universal pelas necessidades de toda a
Igreja e pela salvação do mundo inteiro.
Liturgia Eucarística
A
liturgia Eucarística é a parte principal da missa, onde o padre, pelo
poder do Espírito, torna presente o sacrifício da cruz do Senhor. A
partir do ofertório entramos no calvário do Senhor, estamos aos pés da
cruz implorando ao Pai e oferecendo à Ele os méritos da morte,
ressurreição e ascensão de Cristo.
O Ofertório
No
ofertório são levados ao altar pão e vinho, os mesmos elementos que o
Senhor usou na última ceia e o que ele afirmou que ele mesmo era o pão
da vida e que o vinho era o seu sangue, sangue da nova e eterna aliança.
O
missal ainda diz que o “sacerdote pode incensar os dons colocados sobre
o altar, depois a cruz e o próprio altar. Deste modo se pretende
significar que a oblação e oração da Igreja se elevam, como fumo de
incenso, à presença de Deus… Depostas as oblatas sobre o altar e
realizados os ritos concomitantes, o sacerdote convida os fiéis a orar
juntamente consigo e recita a oração sobre as oblatas. Assim termina a
preparação dos dons e tudo está preparado para a Oração eucarística”.
Oração Eucarística
A
oração eucarística é o momento mais grave da Santa Missa, onde o
sacerdote traz Deus para nós. Depostas as oblatas sobre o altar e
realizados os ritos concomitantes, o sacerdote convida os fiéis a orar
juntamente consigo e recita a oração sobre as oblatas. Assim termina a
preparação dos dons e tudo está preparado para a Oração eucarística.
Nela,
através de Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da
Santíssima Trindade, mistério da nossa salvação: “A oração eucarística é
o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e
santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor
na oração e na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai
por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é
que toda a assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de
Deus e na oblação do sacrifício” (IGMR 54).
Há várias orações eucarísticas, quatro principais e outras dez para diversas ocasiões e necessidades Ela está dividida em:
- Ação de graças: é o louvor à Deus expresso principalmente no prefacio.
- Aclamação: onde o povo canta o Sanctus.
- Epiclese: onde o sacerdote invoca o poder do Espírito Santo sobre as oferendas.
- Narração da instituição e consagração: pela ação do Espírito, e através das palavras de consagração, o que era pão deixa de ser pão e o que era vinho deixa de ser vinho e se tornam o corpo e o sangue de Cristo.
- Anamnese: em obediência a este mandato, recebido de Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de modo particular a sua bem-aventurada paixão, gloriosa ressurreição e ascensão aos Céus.
- Oblação: neste memorial, a Igreja, de modo especial aquela que nesse momento e nesse lugar está reunida, oferece a Deus Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada.
- Intercessões: A igreja levanta ao Pai seu clamor, através do sacrifício de Cristo.
- Doxologia: é onde se exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação Amem do povo.
Rito da Comunhão
É
a preparação para o banquete do Cordeiro. “A celebração eucarística é
um banquete pascal. Convém, por isso, que os fiéis, devidamente
preparados, nela recebam, segundo o mandato do Senhor, o seu Corpo e
Sangue como alimento espiritual. É esta a finalidade da fração e dos
outros ritos preparatórios, que dispõem os fiéis, de forma mais
imediata, para a Comunhão”. Ela está dividida em Oração Dominical, Rito
da Paz, Fração do Pão e comunhão.
Oração dominical
é um grande momento de oração dentro da Santa Missa, nela, suplicamos
ao Pai com a oração perfeita, feita e ensinada pelo próprio Senhor. Ao
contrário dos outros momentos, a oração do “Pai-nosso”, na missa, não é
concluída pelo Amém.
Rito da Paz
“no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si própria e para toda
a família humana, e os féis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial
e a caridade mútua, antes de comungarem no Sacramento”. Neste momento
não podemos perder o foco e cumprimentar os mais próximos a nós de
maneira ordeira e ainda em profunda reverência ao Senhor que está sobre o
altar.
Fração do Pão
é feita acompanhada do “Agnus Dei”. Esse canto é o mesmo feito pelos
eleitos no Apocalipse, o que exprime a profunda comunhão entre a Igreja
triunfante com a Igreja militante. A fração do Pão significa que todos
os fiéis, apesar de muitos são e participam do mesmo corpo.
A
comunhão é o momento sagrado de consumação do Sacrifício, através dela
cumpre-se a promessa de Nosso Senhor no Evangelho de São João: “Eu
sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá
eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação
do mundo.” (Jo 6,51). Para receberem o precioso Corpo e Sangue do
Senhor, os fiéis devem exprimir um ato de adoração antes de fazê-lo: ou
uma reverência, ou uma genuflexão ou recebem o Senhor de joelhos, como
já se faz por tradição antiquíssima. A comunhão na mão também é
possível, mas deve-se ter muito cuidado para não deixar que nenhum
fragmento caia no chão. É muito salutar receber a Eucaristia, ajoelhado e
na boca, para evitar que qualquer fragmento se perca.
“Para
completar a oração do povo de Deus e concluir todo o rito da Comunhão, o
sacerdote diz a oração depois da Comunhão, na qual implora os frutos do
mistério celebrado.”
No Rito de conclusão nós encontramos:
- Notícias breves, se forem necessárias;
- Saudação e bênção do sacerdote, a qual, em certos dias e em ocasiões especiais, é enriquecida e amplificada com uma oração sobre o povo ou com outra fórmula mais solene de bênção.
- Despedida da assembleia, feita pelo diácono ou sacerdote;
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