“Anunciando a Boa Notícia”
Missão de anunciar
A leitura do Evangelho desse domingo continua a reflexão
do domingo passado, quando contemplamos a belíssima inauguração do
ministério apostólico de Jesus na sinagoga de Nazaré. Guiado pelo
Espírito Santo, proclama sua missão de anunciar a Boa-Nova e o ano da
graça, o grande jubileu. Continuando a leitura, vemos como da admiração
passam à recusa. Deixando de lado as maravilhas que viam em Jesus, não
querem admitir que Ele tenha uma missão especial de Deus, pois é alguém
do meio deles, um que eles conheciam. Nós também somos capazes de
recusar um ensinamento dado por alguém do mesmo nível que nós. Jesus
mostra essa realidade quando lembra a viúva que cuidou de Elias e o
leproso estrangeiro que foi curado por Eliseu. O fechamento pode
resultar mal para nós. Deus está aberto a todos, mas espera a abertura.
Os pagãos são mais abertos do que os que recebem a graça da ação de
Deus. A recusa dos judeus vem do fato de não verem a hora da visita de
Deus. Agiram assim porque Jesus não preenchia os requisitos da tradição
que fora criada pelos homens, não correspondendo à vontade e plano de
Deus. Essa atitude dos judeus vai levar Jesus à morte. Eles tinham
muitas ideias sobre o Messias. Havia muita curiosidade sobre as
maravilhas que esse Enviado de Deus iria demonstrar. A Palavra de Deus
nos apresenta a vocação de Jeremias que também passou por isso. Ele tem a
missão de anunciar e, é escolhido para isso desde o seio de sua mãe.
Ele deve enfrentar: “Levanta-te e comunica-lhes tudo o que eu te mandar
dizer; não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles” (Jr
1,17).
A grande recusa
Ao final do discurso de Jesus, os judeus se enfureceram,
levantaram-se, expulsaram de sua cidade. Levaram-no até ao alto do monte
sobre o qual a cidade estava construída, com intenção de lançá-lo no
precipício. “E Jesus, passando pelo meio deles, continuou seu caminho”
(Lc 4,29-30). O homem perigoso deve ser totalmente aniquilado. Aqui
temos um detalhe: Em Nazaré não há nem monte nem precipício. O texto de
Lucas quer indicar que os judeus queriam uma aniquilação completa do
novo profeta, sem deixar sinais. Percebemos que essa atitude é muito
atual na sociedade que quer acabar totalmente com os traços de Jesus na
comunidade. E o estão conseguindo em tantos lugares. Não se refere a
pagãos revoltados. É a sociedade que viveu a fé cristã e agora quer
tirar os traços de Cristo. Nada de crucifixos, presépios, princípios
cristão e família. As ideologias querem imperar nas escolas, nos meios
de comunicação etc. Mesmo entre os que o escolheram vivem como se Jesus
não mais existisse. A recusa tira a possibilidade de uma vida cristã
coerente.
Conteúdo da profecia
Num mundo de tantas ideias nós podemos
ficar perdidos procurando o que falar e que caminhos seguir. Basta
lembrar os tempos de eleição. Quanta radicalização em pessoas ou
partidos. Nós cristãos, infelizmente, nos dividimos e nos esquecemos que
temos um caminho, de todos o melhor (1Cor 13,31). Não queremos partir
do Evangelho. Esse é o conteúdo da missão. O apóstolo Paulo nos diz com
toda segurança, que o amor é o maior. Não tendo esse, não chegamos a
nada. A profecia não é para fundar uma religião, uma igreja, um grupo
particular. É para levar Jesus e seu Evangelho. Em Nazaré Ele foi claro e
não voltou atrás. Passou entre os que queriam destruí-lo, como também
seu programa. Não se trata de fazer um partido, mas estar acima dos
pensamentos do mundo que fracassam sempre .
Leituras: Jeremias 1,4-5.17-19; Salmo 70;1Coríntios 12,31-13,13; Lucas 4,21-30.
Ficha: nº 1828 - Homilia do 3º Domingo Comum (27.01.19)
1. Os judeus passaram da admiração para a recusa mortal de Jesus.
2. Quiseram anular totalmente Jesus, na simbologia do precipício.
3. O conteúdo do anúncio é o amor.
Eu estou contigo
Jesus, na sinagoga de Nazaré, mostra sua
missão: renovação total. E diz que é Nele que estão as soluções. O povo,
ciumento, não gostou, pois era um quem nem eles. Então não devia
prestar também. E botaram Jesus para fora da sinagoga para destruí-Lo,
jogando do precipício. Jesus, passando no meio deles foi embora.
A Boa-Nova não agradou. Nem o profeta Jesus servia para
eles. Preferem a mesmisse de sempre. A sociedade atual tenta todos os
caminhos, mas não é capaz de aceitar Aquele que pode trazer a paz, dar a
vida e ser uma fonte que jorra. Então... chispa no deserto sem água e
cheio de serpentes. As nossas escolhas têm seus bons e maus resultados.
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