Centenário da Arquidiocese de Maceió

sábado, 8 de dezembro de 2018

Homilia Dominical


“O Senhor fez Maravilhas”

Preparai os caminhos do Senhor
           O evangelista Lucas, ao narrar um fato importante, localiza-o na história. Com isso deixa claro que as ações de Deus acontecem em um tempo determinado. Tudo em nossa vida está unido ao tempo de Deus. É a história de Deus na história dos homens. E usa a linguagem dos profetas, como é o caso de João que foi ao deserto para o encontro com Deus. Não foi para ser profeta. Em seus caminhos de fidelidade encontrou a fidelidade prometida por Deus (Sl 145). Por isso lhe foi possível identificar a missão que lhe confiava. Quando nos damos a Ele, também identificamos nossa missão e razão de ser. Os tempos de Deus incidem sobre nossas vidas que estão sempre abertas esperando sua vinda. Jesus diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Jesus é o caminho. Tanto caminho de Deus para nós quanto o caminho que parte de nós para Deus. Por isso, a chamada de João é muito atual. Deus continua vindo ao seu povo. A oração da missa nos ensina a pedir: “Que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro de vosso Filho”. Por isso vem a ordem de Deus: “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas... E todas as pessoas verão a salvação de Deus” (Lc 3,4.6). Vemos claramente no salmo 125 a alegria dos que retornavam do exílio. Parecia um sonho. A busca de Deus que João fez no deserto lhe ensinou a preparar os caminhos para a vinda de Cristo. Não se refere somente ao Natal, ou à sua vinda no fim dos tempos, mas a contínua vinda de Deus oferecendo-nos a salvação. Quando culminamos o caminho de Deus com a nossa busca, ele se plenifica em nós.
As maravilhas se repetem
O caminho aplainado, os montes abaixados e os caminhos tortuosos endireitados, texto tirado do profeta Baruc (Br 5,1-9), preparam a volta do povo do exilado. Esse grandioso feito de Deus pelo povo continua a grandeza da libertação do Egito. Agora não mais num deserto mortífero, mas na beleza da restauração. Tudo é obra do amor de Deus: “Deus guiará Israel, com alegria, à luz de sua glória, manifestando a misericórdia e a justiça que Dele procedem” (Br 5,9). A vinda de João Batista convoca à conversão com atitudes. O mal que praticamos se compara ao exílio. O caminho de volta que aumenta a alegria é a conversão. Na perspectiva de fim dos tempos e também da vinda do Senhor no Natal, exige conversão. Sem isso tudo se torna uma fantasia. Perder o sentido Divino da vinda de Cristo, tanto no Natal como no fim dos tempos, é continuar um exílio, mesmo tendo o que nos agrada provisoriamente. Assim os judeus diziam que eram melhores as panelas de cebola do Egito que a liberdade (Nm 11,5). A conversão leva à riquezas e a dons maiores. Como cristãos, não podemos nos fixar somente numa piedade intimista. Temos a missão de preparar o mundo para a vinda do Senhor.
Ministério da ternura
           Paulo une a evangelização aos sentimentos de ternura, de saudade e de amor compartilhado. Evangelizamos a pessoa inteira, mas evangelizamos como pessoa completa. O ministério da ternura é o veículo mais forte para a evangelização. Lemos: “Moisés era um homem muito paciente e o mais humilde dos homens de sua época” (Nm 12,3). Jesus disse: “Eu sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). A própria palavra graça de Deus está ligada ao gesto de Deus que se abaixa para abraçar e reerguer. Quanta agressividade e grosseria nós encontramos nas comunidades e, em nome de Deus! O próprio João tem a humildade de dizer: “Que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). Isso vale para nós.
Leituras: Baruc 5,1-9; Salmo 125; Filipenses 1,4-6.8-11; Lucas 3,1-6.
Ficha nº 1812 - Homilia do 2º Domingo do Advento (09.12.18)

     1. Deus continua vindo a seu povo como sempre veio.
     2. Preparamos os caminhos do Senhor através de um processo de conversão integral.
     3. A ternura faz parte da evangelização e da preparação para a vinda do Senhor.

Trator do Pai
          
Quando lemos os textos sobre João Batista, temos a impressão de um tipo espiritualmente violento que era duro e corajoso em sua penitência e em sua pregação. João não era profeta até o momento que Deus o chamou. Era homem justo que procurava os caminhos de Deus. Nesse caminho encontrou o chamado de Deus para a conversão do povo e a preparação da vinda do Senhor. Sua pregação era forte. Era um trator espiritual que limpava, endireitava, construía.
          
           A conversão exige que saiamos de nosso mundo e encontremos o rico e exuberante Reino de Deus. E Paulo ainda vai mais longe cheio da ternura e da bondade.
Fonte - https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco

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