“Alegrai-vos!”
A alegria renasce na conversão
A celebração do 3º domingo do Advento
reflete uma alegria muito forte. Quando estamos na noite esperando o dia
amanhecer sentimos uma profunda alegria quando vemos os primeiros raios
do sol. Eles anunciam que o dia está se aproximando. Por isso tem uma
característica de alegria. Esperando as alegrias da salvação, a
aproximação do Natal é como essa aurora. Paulo escreve na carta aos
Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor; Eu repito, alegrai-vos” (Fl
4,4). O salmo continua esse pensamento; “Exultai cantando alegres
habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de
Israel” (Ct. Is 12,2). Não se trata de uma alegria só de sentimentos,
mas é como uma água abundante: “Com alegria bebereis no manancial da
salvação e direis naquele dia: ‘Dai louvores ao Senhor’” (Ct. Is.
12,3.5). É a alegria de viver a liberdade que nos veio da ação de Deus
que revogou a sentença de nossa condenação. A alegria nasce da
conversão. Todos os que iam ouvir as palavras de João Batista buscavam
um caminho de conversão. A pregação da conversão tocava todas as
classes. João mostrava que a conversão se faz onde estão as pessoas. Os
cobradores continuem cobradores, mas não explorando as pessoas; aos
soldados ensina a não ser violentos. A todos ensina a partilha que gera a
alegria. A pessoa convertida modifica o seu ambiente. É um bom modelo
para a pastoral que tende converter as pessoas mais para um estilo de
vida do que para Deus. Nada de nivelar.
Deus está no meio de ti
O Deus que liberta não é um estranho ao nosso mundo, mas está no meio
de nós: “O Senhor teu Deus, está no meio de ti, como valente guerreiro
que te salva; Ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará
por ti entre louvores, como nos dias de festa” (Sf 3,15,17-18). A
alegria nasce de Deus e penetra profundamente no coração humano. Ela não
passa, pois Deus não passa. Essa alegria dá garantia de sua presença:
“O Senhor está no meio de ti, nunca mais temerás o mal” (Id 15).
Percebemos assim quando rezamos o salmo 22: “Mesmo que eu passe pelo
vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; Estás comigo. Teu bastão e teu
cajado me dão a segurança” (Sl 22,4). João não se põe como Messias, mas
como aquele que vive intensamente. João diz que batiza com água.
Permanece no nível exterior, mas, o Messias vai batizar com o Espírito
Santo e o fogo. Este purifica e o Espírito dá vida. O projeto de Jesus
não é social ou só espiritual. É uma ação transformadora partilhando da
redenção que Jesus veio trazer. Se minha fé não me leva aos irmãos,
errei o caminho.“Quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1Jo 4,21). A
presença de Deus gera o amor.
Celebrar com júbilo
A oração da missa convida a celebrar a salvação com júbilo na solene
liturgia. Infelizmente ficamos no exterior. Até S. Francisco não havia o
presépio que tanto nos atrai. A celebração era o Presépio Vivo, isto é,
a Encarnação celebrada como Eucaristia. Essa alegria sustentou a
comunidade durante tantos séculos. Certamente dizemos que o Natal virou
comércio. Podemos recuperar o sentido da Encarnação sem deixar a ternura
do Natal e a beleza de suas luzes. O Advento está proposto como
preparação para essa celebração na qual vivemos o mistério do
Nascimento. É preciso fazer o presépio do coração no qual nos sentimos
unidos na carne com o Filho de Deus Encarnado. Estamos distantes de
perceber a intensidade desse mistério
Leituras: Sofonias 3,14-18ª; Cântico Isaias 12,2-6; Filipenses 4,4-7; Lucas 3,10-18.
Ficha: nº 1814 - Homilia do 3º do Domingo do Advento (16.12.18)
- O 3º Domingo do Advento é o domingo da alegria pela proximidade da salvação.
- O projeto de Jesus é uma ação transformadora partilhando da redenção.
- É preciso fazer o presépio do coração. Nele estamos unidos com o Filho de Deus.
A festa grande está chegando
A liturgia do terceiro domingo é um convite para uma
festa que já está perto. É um domingo com cara de manhã colorida, pois
já é um aperitivo do Natal. Dizem que o bom da festa é a preparação.
Pois estão aí os meios para a preparação.
João Batista dá o recado certo: Cada um em sua condição
pessoal, em seu trabalho e profissão pode muito bem se converter e
continuar a fazer tantas coisas boas com um endereço novo.
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