“Feliz quem teme o Senhor”
Deus os fez homem e mulher
Em sua
caminhada para realizar a missão Lhe fora que dada pelo Pai, Jesus
entrava em choque com os que não aceitavam sua palavra. É também um
momento de formação que faz a seus discípulos. A temática do evangelho
de hoje é a grave questão do divórcio. O divórcio é o problema, mas a
questão é o ser humano na sua integralidade. Não podemos ver as
realidades a partir dos problemas. Jesus já responde aos fariseus que
perguntam se era permitido ao homem divorciar-se. Jesus responde que
Moisés permitiu por causa da dureza do coração. “Mas, afirma Jesus, no
começo não era assim”. E apresenta o projeto Divino sobre o matrimônio. O
homem quando se casa, deixa a casa, quer dizer que continua sua família
em outra condição, sendo ele casal. “Deixará a casa de seu pai e sua
mãe e se unirá a sua mulher e serão os dois uma só carne”... Uma só
carne significa uma única realidade visível e completa. É uma nova
família com um processo de união na totalidade do ser humano. E
acrescenta: “Não separe o homem, o que Deus fez uma coisa só” (Mc
10,5-9). A primeira leitura diz que Adão deu nome a todos os animais,
mas não encontrou para si uma auxiliar semelhante a ele. Auxiliar indica
a incapacidade de o homem ser só. Só o completa uma semelhante. Solidão
é ser incompleto. Ser uma só carne e viver a total identidade de vida
na liberdade de poder oferecer vida. É o segredo de Deus. O homem não
viu como Deus fez a mulher. Significa um total complemento para uma
total união. É entrega e acolhimento. No primeiro capítulo diz que Deus
fez o ser humano e os fez homem e mulher. O ser humano é composto de
masculino e feminino e formam um.
Se nos amarmos
A antífona
de aclamação ao Evangelho explica e fundamenta a realidade sacramental
do matrimônio e dá o sentido do amor humano que se torna Divino. É
Divino porque carrega em si os sentimentos de Cristo em seu Mistério
Pascal de entrega e em seu acolhimento. O ser humano na sua totalidade
de pessoa tem no amor Divino seu sentido. É preciso distinguir, casar-se
como humanos, e receber o matrimônio. Esse é a opção por Cristo como
casal. É preciso superar a dureza de coração, como disse Jesus a
respeito da permissão do divórcio que Moisés estabeleceu na lei. Toda
união humana tem em si o fogo Divino. Mas o Sacramento eleva o casamento
à condição de amor de santificação por se realizar no Mistério Pascal
de Cristo. A união se faz pela entrega que Cristo faz de Si, como está
na carta aos Hebreus dizendo que não se envergonha de nos chamar de
irmãos. Estará assim Se unindo a nós também em nossas condições humanas.
O adultério não é só uma falha humana, mas ofensa Aquele que os uniu no
amor.
Deixai vir a mim os pequeninos
Esse texto
colocado junto ao tema do matrimônio nos abre à condição fundamental
para acolhermos o Reino de Deus na realidade humana. O amor Divino em
nós está unido ao amor humano com sua natureza. Deus é amor (1Jo 4,8).
Deus assume nosso amor e o torna Divino. Nós assumimos o amor de Deus e o
fazemos humano. Jesus manda acolher o Reino como uma criança: “Quem não
receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10,15).
A união matrimonial tem no amor sua primeira finalidade, pois os filhos
não são fruto do acaso, mas do amor. E quem ama gera filhos. A criança
tem direito ao Reino de Deus: “Deixai vir a mim as crianças porque o
Reino de Deus é dos que são como elas” (id 14). Por isso, há uma
necessidade de levar as crianças a Jesus. Para o mal tem quem leve.
Leituras: Gênesis 2,18-24; Salmo 127; Hebreus 2,9-11; Marcos 10,2-16
Ficha: nº 1794 - Homilia do 27º Domingo Comum (07.10.18)
Jesus não se casou. Por quê?
Jesus assumiu tudo da condição
humana, mas não se casou. Por quê? O sofrimento de sua vida seria
insuportável? Não cumpriu a lei de Deus: Crescei e multiplicai-vos? Foi
assim incompleto em sua missão. É natural se casar. Acho que vamos ter
que falar com ele pessoalmente.
Jesus vai responder assim: Mas Eu sou casado. Com quem? Com você, responderia.
Aí atrapalhou de vez.
Expliquemos: Jesus escolheu a
noiva mais bonita preparada pelo Pai. Por isso sempre chamamos Jesus de
esposo. O casamento foi bonito. Quando o Espírito Santo desce sobre o
seio de Maria e coloca em seu útero o Filho de Deus, a humanidade se
uniu a sua Divindade. É esse o matrimônio que não teve divórcio e
permanece em Cristo glorificado. Ele esposou a humanidade no seio de
Maria. Todos nós estamos unidos a Ele através de nossa humanidade.
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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