Deus é livre
Liberdade do Espírito
Nossos esquemas espirituais
nos dão a sensação de termos toda a verdade e que nosso modo de agir é o
único e o melhor. Contudo, não somos donos do Espírito Santo. É o que
lemos no 24º Domingo Comum tanto no livro dos números como no evangelho
de Marcos. Nos dois casos havia gente agindo pelo Espírito Santo e não
fazia parte do grupo. Aparecem logo os que querem por ordem e proibir.
Tanto Moisés como Jesus colocam a questão no seu justo lugar: “Ninguém
faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim” (Mc 9,38-39). Na
história tivemos tempos de fechamento em nós mesmos, em nosso mundo e em
nossa Igreja. Não se trata somente de assuntos religiosos. Até hoje
podemos ver como a sociedade do primeiro mundo desconhece a humanidade
que possuem povos pobres. A Igreja ainda tem essa tentação e desconhece a
riqueza desses povos que não conhecíamos. Não é algo oficial, mas muito
forte. Basta ver como o primeiro mundo recusa o Papa , bem como nossas
estruturas. Nenhuma religião se pode considerar-se dona de Deus e
controladora de suas ações. Deus é livre e não precisa pedir licença
para manifestar sua graça. Devemos ter segurança em nossa fé. Ela contém
tudo para a salvação. Mas podemos aprender muito dos outros para viver
melhor nossa fé. A capacidade de perceber as riquezas espirituais dos
povos recupera da Igreja.
O Reino em pequenos passos
Jesus faz uma
chamada sobre o escândalo. O Reino de Deus exige que se respeitem os
pequeninos. Se um copo d’água dado a outrem não fica sem recompensa, um
escândalo não fica sem sua paga. E diz que quem escandaliza merece que
lhe seja amarrada uma pesada pedra ao pescoço e ser jogado ao mar. Temos
visto que os meios de comunicação exigem a liberdade de se fazer o que
quiser. Não se tem a preocupação com mal que vai fazer a alguém,
sobretudo aos pequeninos. Meu direito vai até onde começa o direito do
outro. E faz uma bela comparação: Se teu olho ou tua mão ou teus pés o
levam a pecar, corta-os. É melhor entrar no Reino dos Céus sem uma mão
ou olho ou os pé, do que com tudo isso ser jogado no inferno. O que
significa? Olho, significa o conhecimento; mão, o trabalho; os pé, a
direção da vida. Se minhas atividades distanciam do Reino de Deus; se
meus conhecimentos e ensinamento prejudicam as pessoas, se minha atuação
leva a pecar, devo passar por um processo de conversão. Por isso não
tenho direito de levar os outros ao erro e ao pecado (Mc 9,42-49). A lei
do Senhor é perfeita, alegria ao coração (Sl 18). Faz parte da missão
da Igreja libertar as pessoas de todas as prisões.
Quem mata o Reino?
Tiago cita a
condição dos que são ricos à custa de sofrimento dos outros. É uma
situação de pecado. O que ofende o povo humilde ofende a Deus. É dura a
frase de Tiago: “O salário dos trabalhadores que ceifaram vossos campos,
que deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores
chegou aos ouvidos do Senhor todo poderoso” (Tg 5,4). O mundo não mudou
nada nesses últimos milênios. Não se condena o bem estar e até o luxo,
mas que não seja à custa do sofrimento e da exploração dos outros. A
riqueza provinda do pecado não tem futuro e multiplicam os males. Um
pecado puxa o outro. Por isso vemos a grande onda de males que há no
mundo, na natureza e nas instituições. Tanta coisa feita a partir do mau
uso da liberdade e do pecado. A Eucaristia, celebrada com coerência
pode orientar nossa vida no caminho do bem.
Leituras: Números 11,25-29;Salmo 18; Tiago 5,1-6;Marcos 9,38-43.45.47-48
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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