Centenário da Arquidiocese de Maceió

sábado, 4 de agosto de 2018

Homilia Dominical


“Eu sou o pão da Vida”
 Maná, pão do Céu
            A pregação de Jesus partia sempre de uma realidade muito conhecida do povo. Bastava lembrar um fato para criar um ambiente para sua mensagem. O fato narrado é como uma profecia que se realiza em Jesus. Profecias não são somente as palavras, mas os fatos e os gestos de Deus com seu povo. Lembramos o fato do Êxodo (16,2-15): O povo reclamou porque não tinha comida. E pior, sentia saudades da comida que tinha no tempo de escravos. Deus então envia o maná, alimento misterioso que aparecia ao redor do acampamento. À pergunta: ‘o que é isso?”Moisés responde: ‘Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento’(Ex 16,15). Este alimento acompanhará o povo até à entrada na terra prometida. Ele tinha todo sabor que se desejasse e servia para o que precisasse (Sb 16,20). O exemplo que Jesus toma para iniciar o discurso sobre o pão da vida está presente na alma do povo. Como o maná foi a resposta à fome do povo, o pão que Jesus dará será maior que o maná. Quem come do pão que Ele der, nunca mais terá fome: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”(Jo 6,35). Moisés deu o pão vindo do céu. O Pai é quem dá o verdadeiro pão. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (32-33). Comer o pão e crer em Jesus está na mesma linha de acolher o que o Pai nos dá. Esse pão dá vida ao mundo. O maná que sustentou o povo no deserto durante quarenta anos é símbolo do Pão da Vida, dado pelo Pai. Depois que entraram na terra prometida, o maná não mais caiu (Js 5,12). Não era eterno.
Alimento que não se perde
            O povo, satisfeito pelo que comeu na multiplicação dos pães, procura Jesus. Sua resposta é clara: “Vós estais me procurando, não porque vistes sinais”. Não entenderam o significado do pão multiplicado. E continua: “mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos”. Os milagres de Jesus vão além da satisfação humana. Completa: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois esse é quem o Pai marcou com seu selo” (Jo 6, 26-27). Essa palavra é dirigida também a nós para compreendermos que Jesus não faz milagres como espetáculo, mas para levar à fé. O sinal que Jesus dá aos judeus que pedem uma prova é para crer Nele. Moisés deu um pão que não veio do Céu. É o Pai quem dá o verdadeiro pão do Céu. Não se trata de entender aqui o que foi o maná. O verdadeiro pão do Céu é dado pelo Pai. Ele dá vida ao mundo. Jesus vai mais longe e diz que esse pão é Ele. Diz: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim não terá mais sede (Jo 6,35). Em primeiro lugar, crer é buscar Jesus (Pão do Céu). A fé é o primeiro alimento que sustenta. Buscar Jesus é receber sua vida que sustenta e dá a eternidade. Por isso é pão. Não só sacia a fome, mas também a sede, isto é, o desejo.
Despojar-se do velho homem
            S. Paulo diz como se realiza essa palavra de Jesus: “Renunciando a existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras”. Vemos a diferença do maná do deserto e o maná dado pelo Pai que é seu Filho. A mudança se dá: “Revesti-vos do o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade!” (Ef 4, 22-24). O Pão descido do Céu é Jesus Cristo que modifica nossa vida e não sacia uma fome material, mas a fome espiritual. Cantamos na antífona ao evangelho: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Leituras: Êxodo 16,2-4.12-15;Salmo 77; Efésios 4,17,20-24; João 6,24-35
Ficha nº 1776 - Homilia do 18º Domingo Comum (05.08.18)
                                         
  1. O maná que sustentou o povo no deserto é símbolo do Pão da Vida, dado pelo Pai.
  2. O pão vindo do Céu, não termina, mas sustenta para a vida eterna.
  3. A comparação do homem novo e o homem velho sintetizam o pensamento de Jesus.

            O que não faz um pão?

            O pão é um alimento que é encontrado em antiguíssimas civilizações. Quase todos os povos o têm como um alimento importante. Jesus mesmo não achou outro melhor para ser o seu Corpo. Tudo isso que o pão representa é um símbolo que Jesus toma para explicar sua Pessoa como alimento da Vida Divina.
            O pão alimenta, o pão reúne, o pão sustenta, o pão abençoa e o pão da vida. Até para rezar precisamos do pão: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”.
            O pão é um alimento social. Quando falta o pão chega a morte. Quando é o amor que amassa o pão, ressurge a vida. Quem come o Pão do Céu, tem que reparti-lo no pão que mata a fome dos sofredores. Não come o Pão de Deus, quem não o reparte.
            O pão nasce no silêncio da noite. Ali é amassado, assado e distribuído quentinho.
            O pão não tem tamanho, pois um pequenino pedaço de pão feito hóstia, contém o Criador, o Redentor e o Santificador.
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco

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