“E começou a enviá-los”
E eles foram
Vimos a
situação triste da recusa dos conterrâneos de Jesus. Não o aceitam
porque é de sua gente. Jesus, ao enviar os discípulos dois a dois, tem
uma atitude inversa acolhendo seus discípulos, gente simples. Pelo visto
Jesus fez diversas vezes essa experiência com os apóstolos e os setenta
e dois discípulos. Depois de fazerem essa experiência com sua pessoa,
fazem a experiência do fruto do ministério, como veremos no próximo
domingo. A missão de Jesus era também passar aos outros, o que viera
realizar. Após a Ressurreição os discípulos começaram a proclamar dos
telhados o que ouviram ao pé do ouvido (Mt 10,27). Jesus não somente os
ensina, mas envia-os praticar. Tiveram dificuldades e Jesus já previne:
“Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem escutar, quando
sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” (Mc
6,11). O profeta Amós nos testemunha que o ministério do anúncio não vem
dos homens, mas de Deus. Não é uma profissão para “ganhar o pão”, como
muitos faziam usando a Palavra para bajular os poderosos. Ele era um
fazendeiro que tinha ovelhas e plantações Foi a Betel para profetizar,
isto é, chamar Israel à conversão. O profeta da “corte” manda que vá
buscar seu pão em sua terra. Ele responde: Não sou profeta (de
profissão), nem filho de profeta. Eu tenho do que viver. O Senhor me
chamou quando eu tangia o rebanho (Am 7,12-15). Vemos a recusa da
estrutura religiosa. Anunciar é desafio, também na conversão Igreja.
Ministério frutuoso
Para Jesus,
o que significava anunciar? Quem vai anunciar tem que ser desapegado
dos bens materiais. O Evangelho não é fonte de renda. Devem ir de
sandália, não são escravos, fazem parte da família. É compromisso. Não é
turismo de casa em casa. Os discípulos foram e pregaram a conversão,
expulsaram muitos demônios e curaram doentes ungindo-os com óleo. Atinge
a pessoa como um todo: as doenças espirituais, o pecado, e as doenças
corporais. É dimensão social da pregação. É claro que a sociedade, como
era no palácio onde profetizava Amasias, não quer saber de mudança. O
Amós era duro em suas palavras contra a vidinha da classe alta, do luxo
das madames e da vida esbanjadora dos ricos. Os demônios a serem
expulsos são os que pervertem o coração. Quem anuncia tem poder sobre os
espíritos imundos. A força da Palavra é transformadora para o bem: “É a
paz “que ele vai anunciar… a verdade e o amor se encontrarão, a justiça
e a paz se abraçarão”. O bem resultante da pregação vai até à terra
onde se planta: “O Senhor nos dará tudo o que é bom, e nossa terra nos
dará suas colheita; a justiça andará à sua frente e a salvação há de
seguir os passos seus” (Sl 84). O resultado vai até a raiz das plantas. A
Palavra cuida da ecologia para não haver fome e miséria. Só o
evangelho consertar o mundo.
Abençoados por Deus
O discípulo
é missionário de nossa união com Cristo no Céu. Tem a bênção de Deus:
“Ele nos abençoou com toda bênção do seu Espírito em virtude de nossa
união com Cristo no céu”. Não podemos ser minimalistas, ficando com uma
religião vazia, mas para “sermos santos e irrepreensíveis sob o seu
olhar, no amor”. E nos dá a meta que justifica nossos esforços
pastorais: “Ele nos fez conhecer o mistério de sua vontade… levar à
plenitude o tempo estabelecido e recapitular em Cristo, todo o universo
inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra” (Ef
1,3-10). Esse hino de Paulo é como a síntese de todo o ministério da
Palavra que se conclui na Eucaristia que nos alimenta e envia.
Leituras: Amós 7,12-15;Salmo 84; 1,3-10;Marcos 6,7-13.
Ficha nº 1770 – Homilia 15º Domingo Comum
Jesus envia os apóstolos e os orienta
como devem agir. Podem ser recusados.O Evangelho transforma todas as
realidades, espirituais, humanas e materiaisO hino de Paulo resume nossa
missão: recapitular tudo em Cristo.
Aprendiz de missionário
É até
divertido ver Jesus instruindo seus discípulos para a missão. Pensamos
que eles começaram a ser anunciadores do Evangelho somente a partir da
Ressurreição. Não ficaram prontos de um dia para o outro. Jesus sfoi
treinando. Ensinava-os através de suas longas conversas e depois os
enviava para treinamento. Jesus dá as orientações e eles vão de dois em
dois, isto é, como testemunhas garantidas e também em comunidade, pois a
missão não é individual nem
Eles fazem o que Jesus
fazia: anunciavam a conversão, e levavam a palavra à prática
transformante dos milagres que tiram o poder do demônio e o demônio do
poder, dão vida e saúde. A pregação é para a mudança total da pessoa e
da sociedade. Quando os demônios são expulsos, até a natureza sente o
bem e se transforma para o ele.
Paulo nos ensina que tudo o
que fizermos na evangelização tem como finalidade levar todas as pessoas
a Cristo. Tudo vai a Cristo. Não há outro fim nem do mundo nem do
homem.
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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