Duas Oliveiras
Plantadas na casa do Senhor
No livro do Apocalipse encontramos a figura de duas testemunhas a
quem chama de as duas oliveiras e os dois candelabros que estão diante
do Senhor. Elas serão perseguidas e terão seus cadáveres expostos, mas
depois receberão o hálito de vida (Ap 11,3-11). Podemos ler nessas duas
magníficas figuras, os apóstolos Pedro e Paulo. Anunciarão o Evangelho,
mas também serão perseguidos e mortos. Contudo, permanecem vivos como
mestres permanentes do povo de Deus. Paulo e Pedro são duas figuras
diferentes como formação. Pedro, humilde pescador. Paulo doutor formado.
Ambos zelosos pela fé judaica e convertidos ardentes ao Evangelho de
Jesus. Jesus é o sentido de suas vidas. A Igreja, em seus primeiros
momentos, viveu situações difíceis às quais deviam dar respostas que não
estavam escritas nas “leis” que não existiam ainda. Tiveram que
resolver na fé em Jesus e em seu modo de crer. Pedro, mesmo sendo muito
aberto às novidades que surgiam, ainda era apegado às tradições. Paulo,
mesmo sendo muito fiel, pelo contato com os povos pagãos e depois de ver
o efeito da graça do Evangelho entre os pagãos, soube discernir a
missão do povo hebreu aberta a todos os povos. Com isso houve, inclusive
choques, entre Pedro e Paulo. Mas venceu o bom senso e a abertura ao
Espírito Santo. Tivemos assim dois modos de ser cristão: Cristãos que
continuavam seguindo a lei judaica, e cristãos que não a seguiam, por
serem provenientes do paganismo. Paulo não aceitava que se impusesse a
lei judaica aos pagãos. Ele era um judeu fiel, mas vivendo a liberdade
em Cristo.
Uma Igreja de Pedro e Paulo
A Igreja proveniente do judaísmo não teve longa duração. A
Igreja proveniente dos gentios se desenvolveu e chegou até nós. Todos
nos baseamos na fé proclamada por Pedro: “Tú és o Messias o Filho de
Deus vivo” (Mt 16,16). E temos a mesma fé que Paulo também professou:
“Guardei a fé” (2Tm 4,7). Vivemos atualmente na igreja duas tendências.
Cada uma se coloca como a única opção. A única opção é a fé em Jesus que
é o definidor de nossa posição. Normalmente queremos que todos pensem
do mesmo modo, ou pior, que cada um aceite minhas opções pessoais. E, o
que é pior, em assuntos tão secundários. Houve muito centralismo pelos
séculos afora. O mundo não é mais o mesmo. O Evangelho continua o mesmo,
pronto a se implantar em qualquer cultura, como nos ensina o Vaticano
II. Pedro e Paulo não eram de fé diferente, mas, fundados na fé em
Cristo, souberam implantar o evangelho na herança de Israel e nas nações
(prefácio). Por isso os celebramos juntos para mostrar claramente que
quem os une é Cristo. A Igreja tem que ter diferenças, fora do que é da
fé, para não ficar acorrentada num só modo de pensar, numa só cultura,
numa só filosofia, deixando de lado a sabedoria de Deus implantada no
mundo pelo seu Espírito.
Aprendendo de Pedro e Paulo
Que lição nós podemos tirar de tão
querida festa, até popular, que mostra o carinho do povo cristão por tão
grandes apóstolos. Eles foram fiéis até ao sangue a Cristo. Pedro foi
crucificado e Paulo decapitado. Souberam se apoiar em Cristo. Eles têm a
certeza de terem o Senhor a seu lado (2Tm 4,17). Foram batalhadores da
evangelização não deixando passar o momento de evangelizar. Souberam
ouvir o Espírito ao qual sempre acorriam: “Pareceu bem ao Espírito Santo
e a nós...” (At 15.28). Por estarem sempre unidos ao Espírito sabiam o
que Ele dizia. O Espírito ilumina todo aquele que sinceramente busca
Cristo e o bem dos irmãos. Com Paulo e Pedro, temos responsabilidade
sobre a Igreja em sua missão.
Leituras: Atos dos Apóstolos 12,1-11; Salmo 33; 2 Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13,-19
Fichanº1760–Homilia da S. Pedro e Paulo (01.07.18)
1. Pedro e Paulo, homens diferentes, mas unidos no Espírito Santo.
2. A Igreja soube crescer na diversidade.
3. Na Igreja devemos ter abertura ao novo e ao diferente.
Bons de briga
Celebrando os dois apóstolos, celebramos o
povo de Deus que os venera e acolhe, mesmo sem conhecer suas vidas e
realidade. O povo sabe alguns fatos mais ou menos cômicos de Pedro que
se tornaram piada. Pedro é mais conhecido, pois é uma figura mais
próxima do povo. Homem simples, trabalhador... não é diferente. Paulo,
por outro lado é conhecido só porque caiu do cavalo, o que na verdade
não aconteceu. Pedro é conhecido pelos fatos, e Paulo muito reconhecido,
pelos que estudam, por suas cartas.
Eram diferentes e tinham opiniões diferentes em pontos
que, para a comunidade,eram centrais. Mas souberam buscar a orientação
do Espírito Santo. Para chegar a isso, imaginemos quanto não tiveram que
estar abertos. Só estamos abertos a Deus quando nos abrimos aos outros e
temos a liberdade de ver o diferente.
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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