“O único mandamento”
Um Reino aberto a todos
A primeira leitura da liturgia deste 6º
Domingo da Páscoa é forte como a retirada da pedra que fechava o túmulo
de Jesus. Essa foi movimentada por mãos de anjos. A pedra que impedia os
pagãos de chegarem ao Evangelho foi retirada pelo Espírito Santo. O
texto é mais amplo e conta a visão de Pedro, na qual Deus declarando que
todos os alimentos são puros, ensina que também os pagãos são
destinados à salvação. Pedro e os fiéis, de origem judaica, viram a ação
do Espírito Santo nos pagãos, antes do batismo. Com sabedoria
reconhecem que não se pode negar o Batismo a quem Deus não negou o
Espírito Santo antes do Batismo. Esse acontecimento confirma a salvação
para todos os povos. O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua
justiça às nações. Ser Reino aberto a todos não significa somente que
todos podem participar do Reino, mas também que o Reino está aberto às
culturas de todos os povos. Não precisava ser judeu para acolher o
Evangelho. Nós somos descendentes desses povos novos pagãos que
acolheram o alegre anúncio. A bem dizer que, desde o início vemos
crescer o número dos pagãos que acolhem o Evangelho e o anunciam com
vigor. Que não falte agora a capacidade de acolher as “riquezas dos
povos”, como nos ensina o Concílio Vaticano II sobre a atividade
missionária da Igreja no documento Ad Gentes, nº 10 e 22. É o
maravilhoso intercâmbio. A imposição de uma cultura sobre o Evangelho é
negar a ação do Espírito Santo.
Espírito fonte do amor
Jesus é movido pelo Espírito Santo.
Agora o Espírito abre os corações ao Reino de Deus como abriu o de
Jesus, para construir o mundo, ter nas mãos o projeto de Deus. Deus é
para todos. Não para um grupo especifico. A Ressurreição de Jesus não é
um acontecimento de sacristia. Em campo aberto tira todos os empecilhos
para que a notícia chegue aos confins do Universo. É a força do Espírito
que impele a levar adiante a energia Divina do amor. Por isso Jesus
insiste: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,10). O amor que recebemos de
Jesus é o mesmo que recebe do Pai. É um amor doação: “Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos,
se fizerdes o que vos mando”. O que o Pai manda? “Isto é o que vos
ordeno: amai-vos uns aos outros” (Jo 15,13-17). Nesse amor temos o
conhecimento de Deus e como Ele ama. O amor do Pai é o mesmo do Filho:
amor de doação: “Foi assim que se manifestou o amor de Deus entre nós:
Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio
Dele”. O amor que possuímos é o próprio amor de Deus e seu modo de amar
que estão em nós: “Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos
amou e enviou seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados”
(1Jo 4,10).
O Amor, vida do Reino
Rezamos na oração: “Nossa vida corresponda aos mistérios que
celebramos. E mais ainda, é fruto do sacramento pascal que nos dá sua
força salutar (Pós comunhão). Toda a celebração tem a dimensão da fé e
da ação no dia a dia, se não é morta. A vida se fará pelo conhecimento
de Deus através do amor: “O amor vem de Deus e todo aquele que ama
nasceu de Deus e conhece Deus... pois Deus é amor” (1Jo 4,7-8). Guardar
os mandamentos é a garantia do amor. O amor produz frutos: “Eu vos
escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos e o vosso fruto
permaneça. Então o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos concederá”
(Jo 15,16). Produzir frutos é amar.
Leituras: Atos 10,25-26.35.44-48; Salmo 97; 1João 4,7-10João 15,9-17;
- O Reino de Deus é oferecido a todos, pois quem age é o Espírito.
- O amor que recebemos de Jesus é o mesmo que o Pai lhe tem.
- Guardar os mandamentos é garantia do amor do Pai.
O amor tem nome e sobrenome
Conjugando o verbo amar, atingimos sua capacidade
infinita, pois se identifica com o próprio Deus que é amor: Amei,
amarei, amando, amo etc. Que beleza e que riqueza! Amar só tem um jeito:
todos os jeitos. Não há onde o amor não caiba.
Amamos com palavras, com o silêncio, com os olhos, com o
corpo ou na dedicação. Amor não tem idade. O amor não tem dor. O amor
não tem nada nem precisa de nada, pois tem tudo.
Temos medo de amar e sermos amados. Somos uma raça de
gente fria, sem sentimento. Quem não ama não conheceu a Deus porque Deus
é amor. A Igreja, quando morrer em algum lugar, podemos ter certeza que
foi porque deixou de amar.
Ademais, precisamos deixar nossas hipocrisias, por exemplo, quando
expressamos nosso amor a Deus, e não amamos nossos irmãos. É um
contraditório expressar amor a Deus que não vemos, e não amar nossos
irmãos que convivem conosco no trabalho, na igreja, em nossa comunidade,
em nossa família.
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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