“Tornou-se pedra angular”
Rejeitado pelos homens
Jesus descreve sua missão através de suas comparações e parábolas.
Hoje é o pastor; próximo domingo será a videira e no 6º domingo será o
amigo. Por elas sucompreendemos sua missão de contínua entrega: Ele dá a
Vida, tanto perdendo-a por suas ovelhas, como sendo fonte de vida.
Participamos de sua vida, como os ramos do tronco. Unidos a Ele, temos
Vida. A liturgia quer nos ensinar que, a Ressurreição não é somente um
fato de Jesus que Deus tirou da morte, mas um grandioso dom de Deus que
nos ressuscita do mal e nos garante a vida eterna. Toda obra do Pastor é
dar a vida e defender do lobo, porque ama e se dedica às ovelhas. Não é
como o mercenário que não se importa com as ovelhas e não as defende do
lobo. Pedro, em seu discurso aos chefes do povo disse: “Ficai
sabendo... é pelo nome de Jesus que esse está curado... Vós O
crucificastes e Deus O ressuscitou dos mortos”. Pedro retoma o salmo 117
e comenta: “Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que
se tornou pedra angular” (At 4,8-12). Em nenhum outro há salvação. Não
existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser
salvos (At 4,12). Jesus é necessário para nossa salvação. Deus garantiu
essa realização através da Ressurreição. Cumpre-se a profecia do salmo: a
pedra rejeitada tornou-se pela angular, fundamental para todo edifício.
Não se trata somente de um fundador de uma religião ,mas fundamento de
todo o universo e, tudo que existe nele. Ele mesmo diz: “Tenho ainda
outras ovelhas que não são desse redil... Elas escutarão minha voz e
haverá um só rebanho e um só pastor (Jo 10,16).
O Bom Pastor dá a vida
No contexto litúrgico temos essa parábola sobre o bom
pastor que resume o Mistério Pascal de Cristo em sua estrutura
fundamental: O pastor ama o rebanho, conhece e dá a vida por ele. Não
foge dos lobos que atacam o rebanho. Por isso vai até a morte para
salvar as ovelhas. Ele tem poder sobre sua vida, pois a dá livremente.
Tem confiança no Pai que lhe dá o poder de retomar a vida. Essa redenção
é para todos. Ninguém está excluído. O pastor conhece suas ovelhas no
mesmo conhecimento que tem do Pai. Conhecer vai além do ficar sabendo. É
a nossa participação de sua vida. Jesus lhe dá a vida. O conhecimento
está no mesmo sentido de participação de vida. Não há uma distinção
entre ovelha e pastor, por viverem a mesma vida. Cristo, em seu mistério
de morte e ressurreição dá a vida e a retoma. Leva-nos sempre consigo
para as riquezas da graça. O Tempo Pascal quer nos levar a conhecer o
pastor e assumir sua vida. Rezamos: “Conduzi-nos à comunhão das alegrias
celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a
fortaleza do Pastor”.
Somos filhos de Deus
A liturgia nos traz outra dimensão de
nossa vida cristã: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: “De
sermos chamados filhos de Deus! E de fato o somos!...Ainda não se
manifestou o que seremos, pois seremos semelhantes a Ele 1Jo 3,1-2). A
filiação divina nos põe em união a Cristo em sua condição de Filho. Por
isso podemos nos chamar de filhos de Deus. Não há como não se alegrar
com esse dom que é nossa salvação, pois estamos unidos ao Pai através do
Cristo que nos garante. Se formos filhos de Deus procedamos como Filhos
no amor do Pai. “Aquele que diz que permanece nele, deve também andar
como ele andou “ (1Jo 2,6). No conhecimento de Cristo conheceremos
também todos os que estão em Cristo. Saberemos que a redenção é para
todos.
Leituras: Atos 4,8-12;Salmo 117;1João 3,1-2;João 10,11-18
- A ressurreição de Jesus nos tira do mal e nos garante a vida eterna.
- O Tempo Pascal quer nos levar a conhecer o pastor e assumir sua vida.
- A filiação divina nos põe em união a Cristo em sua condição de Filho.
Uma pedrada e uma pedra
Vemos nos evangelhos como a rejeição de
Jesus cresce cada vez mais até chegar ao ponto de sua prisão e morte.
Assim se livraram daquele mestre incômodo. Morto foi posto no túmulo e
uma pedra fechou a entrada. Essa pedra foi rolada do sepulcro. O morto
sumiu, disse Madalena. Sua Ressurreição simbolizada pela pedra rolada do
túmulo foi uma pedrada na cabeça de quem festejou sua morte.
Um dia pegaram em pedras para jogar em Jesus. Ele teve que fugir.
Agora a pedra que é jogada fora do túmulo faz todos correrem em direção
ao túmulo para viver da fé, beber da água que de lá brota e da luz que
sai de seu interior. Não é a toa que Jesus disse: “Deus pode fazer
dessas pedras filhos de Abraão”. Não fez ainda nenhum. Mas Pedro diz que
somos pedras vivas na construção do Edifício Espiritual.
Jesus é o pastor. Nada nos falta. Por que não falta? Porque o pastor dá a vida pelas ovelhas. Ele as conhece como conhece o Pai.
Fonte - http://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco
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