Centenário da Arquidiocese de Maceió

sábado, 4 de março de 2017

Homilia Dominical


Homilia do 1º domingo da Quaresma (05.03.17)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“O pecado entrou no mundo”

A fruta atraente!
Iniciamos a caminhada rumo à Páscoa. Na Quaresma desse ano, a partir do terceiro domingo, a temática é batismal. A Páscoa é o centro de toda vida da Igreja, pois nela celebramos a Morte e Ressurreição de Jesus, centro de nossa vida. Sempre, no primeiro domingo, meditamos sobre as tentações de Jesus e a tentação do homem. No segundo domingo, todos os anos, contemplaremos a transfiguração de Jesus. Nos três domingos seguintes temos os temas batismais. O caminho espiritual da Quaresma está explícitado na oração: “Possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”. Lemos: Jesus está no deserto. Faminto e só, Jesus é presa fácil da tentação. O homem e a mulher, felizes no Paraíso, distraídos pela a riqueza que lhes é oferecida, buscam ter mais. São presas fáceis da tentação. Contudo, a realidade humana e cristã não termina na queda do pecado, mas na vitória de Cristo. Jesus é a redenção abundante. Por mais que o pecado tenha suas garras penetradas em nosso coração, a graça de Cristo é muito mais forte, pois venceu o mal. E nós somos vencedores Nele. A vida cristã não se modela pelo pecado, mas pela graça. Não vivemos para o pecado, mas para a graça. A vitória de Cristo é total. Basta fazermos nossa parte. A narrativa do pecado de Adão e Eva mostra o estado da graça como estar com Deus num paraíso e como o estado de pecado que nos despe da graça. Tentamos nos encobrir com frágeis folhas. O pecado não gera vida. “A fruta era atraente e desejável para os olhos para se alcançar o conhecimento” (Gn 2,6). Estamos no exterior.
A tentação de todo homem
Por que são três tentações e não duas, quatro ou dez? Nestas três propostas de Satanás estão condensadas todas as tendências do coração humano. E Jesus não estava isento delas. São elas: pão, poder e prazer. São João coloca em outros termos: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e orgulho das riquezas. É o que domina o mundo: cobiça, orgulho e sensualidade. Isso está sempre presente em cada um de nós. O mistério do pecado está explícito nas atitudes humanas. Estas três tentações se manifestam em nossas atitudes. São sempre atitudes vazias, como disse Eva: “a fruta é agradável aos olhos e apta para adquirir conhecimento. Busca-se o vazio. A meta da prática quaresmal é superar a força desse mistério de pecado que nos circunda através do conhecimento de Jesus Cristo e levando uma vida santa. Esta é a nossa correspondência a todo amor manifestado na Paixão e Morte de Cristo. Quanto mais vida de comunidade tivermos, mais solidários formos, mais poderemos vencer todas estas tentações.

Em Cristo nós vencemos
Quais são as armas para vencer a tentação? O tempo quaresmal propõe a esmola, a oração e o jejum. Jesus diz que para vencer a ganância do pão e do possuir, deve-se ter fome da Palavra de Deus. Para vencer o orgulho é preciso a humildade de servir a Deus nos irmãos. Para vencer a fome de prazer é necessário prestar a Deus o culto amoroso da adoração. “Então o diabo deixou Jesus e os anjos se aproximaram e O serviram”. “Ele, tendo sofrido a tentação, é capaz de socorrer os que são tentados” (Hb 2,18). O exemplo dos santos é justamente este: dominar a tentação. Jesus põe-se ao lado dos tentados, para que sejam vencedores. O pecado é um mal, mas a graça é maior e mais proveitosa. A vitória de Jesus garante que podemos vencer sempre. Não há pecado que não poderemos vencer.
Leituras: Gn 2,7-9; 3,1-7; Sl 50; Rm 5,12-19; Mt 4,1-11
Ficha nº 1628 
Preparamo-nos para Páscoa, centro da vida cristã, meditando a situação de pecado e a vitória de Cristo pela graça. O pecado dos primeiros pais invade o mundo. Em Cristo temos o perdão total.
Conhecemos as três tentações de Jesus que são o resumo de todas as tentações. Venceremos através do conhecimento de Jesus levando uma vida santa.
Vencemos as três tentações fundamentais através da Palavra, do serviço e da adoração, acolhimento de Deus e dos irmãos.
Xô, satanás.
A Quaresma é um tempo de graça. Existe o pecado que vem desde o primeiro homem. Jesus      nos dá a graça do perdão através de sua morte e ressurreição. O homem, pela desobediência pecou. Jesus, pela sua obediência nos salvou.
Adão pecou no jardim do Paraíso, símbolo da graça. Jesus demonstrou sua obediência vencendo o tentador no deserto. Ali foi tentado três vezes. As três tentações sintetizam tudo o que há de errado no ser humano: ganância pelos bens materiais, orgulho do poder e do prazer sem Deus.
Para vencer Jesus usou a Palavra de Deus, a humildade e a adoração amorosa do Pai. Passamos pela mesma tentação. Então temos que usar os mesmos meios que Jesus usou. Um elemento forte para vencer é a vida da comunidade: “Então o diabos o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus”. Sendo fraternos podemos vencer. Esses anjos, todos nós podemos ser.

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