Preparar-se para uma novidade que, a cada dia, é lançada pela mídia, urge uma preparação a partir daquilo que já existe
O homem transformou-se no homem on-line, o homem do presente, da
satisfação imediata, das relações descaracterizadas, da mídia, o homem
ao qual é continuamente subtraída a necessidade da escolha, porque a
grande “rede” é armazém de experiências sempre disponíveis. Assim, o
homem pode tornar-se um indivíduo sem memória, disperso na multidão de
solidão. Na nossa época, está difundida em muitas pessoas a convicção de
que o tempo das certezas passou irremediavelmente: o homem deveria
aprender a viver num horizonte de total ausência de sentido, no segmento
do provisório e do passageiro.
Diante desse cenário, como é possível para a Igreja ajudar os homens e mulheres que estão nos mass media e os que deles fazem uso, a empreender o caminho de um novo humanismo, de uma renovada centralidade da pessoa humana?
Entre muitos caminhos, São João Paulo II indicou três: a formação, a participação e o diálogo.
A formação
Trata-se de sair das situações de ocasionalidade e promover
investimentos de recursos humanos que saibam enraizar na reflexão
propriamente tecnológico-pastoral os aspectos e as competências
especialmente profissionais. Muitas vezes e em muitos documentos, é
recordada a urgência da formação de sacerdotes, religiosos e leigos.
A participação
Trata-se de iniciar projetos de cooperação entre as Igrejas locais
para promover e coordenar instrumentos de comunicação social que se
tornem espaços possíveis de comunicação segundo as perspectivas cristãs.
Dessa forma, ter-se-á também a ocasião para opor-se, entre outras
coisas, o processo de construção da opinião pública, que hoje é regulada
com frequência por interesses e poderes econômicos. É necessário fazer
crescer a cultura da corresponsabilidade.
O diálogo
O diálogo que os meios de comunicação podem favorecer precisamente a
diversos níveis, os quais são veiculados de conhecimento recíproco, de
solidariedade e de paz. Eles constituem um recurso positivo poderoso, se
forem postos ao serviço da compreensão entre os povos; ao contrário
serão uma arma destruidora se forem usados para alimentar injustiças e
conflitos.
Com o fenômeno e o impacto da mídia na vida da pessoa contemporânea, o
preparar-se para a novidade que a cada dia é lançada, urge uma
preparação a partir daquilo que já existe. A missão de evangelizar, não
pode ficar todo o tempo apenas na elaboração de projetos, que quando
colocados em prática, já perderam a validade, por conta da velocidade
que é o desenvolvimento comunicativo das tecnologias. Aqui o convite não
é de correr atrás, mas de caminhar junto, e quem sabe vendo além
daquilo que os nossos olhos podem ver.
Como conciliar nova evangelização e mídia? É possível diante da nossa
realidade? Com tamanho e rápido desenvolvimento das novas técnicas de
comunicação como evangelizar? Creio que o primeiro ponto de partida seja
da mudança de linguagem, ou seja, não é uma evangelização pelos meios
de comunicação, mas uma evangelização nos meios de comunicação.
Padre Anderson Marçal
Anderson Marçal Moreira é padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Natural da cidade de São Paulo (SP), padre Anderson é membro da comunidade Canção Nova desde o ano 2000. No dia 16 de dezembro de 2007, foi ordenado sacerdote. Estudou Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica na Universidade Salesiana de Roma.
Anderson Marçal Moreira é padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Natural da cidade de São Paulo (SP), padre Anderson é membro da comunidade Canção Nova desde o ano 2000. No dia 16 de dezembro de 2007, foi ordenado sacerdote. Estudou Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica na Universidade Salesiana de Roma.
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