A inveja é uma desgraça, um mal que traz consigo o ressentimento e o ódio
“Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre o seu irmão Abel e matou-o” (Gênesis 4,8).
“Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre o seu irmão Abel e matou-o” (Gênesis 4,8).
Nós estamos acompanhando o livro do
Gênesis, que sempre vai nos lembrar as origens, o começo. Vamos
percebendo como é o começo de todas as coisas, e estamos vendo hoje o
primeiro fratricídio, um irmão que mata o outro irmão.
Se olharmos para as famílias no dia
de hoje, claro que existem exemplos maravilhosos de irmãos que se dão
bem, irmãos que se querem bem, mas não podemos deixar de ver que, muitas
vezes, as diferenças separam irmãos, criam brigas, tumultos, relações
complicadas entre irmãos filhos do mesmo pai da mesma mãe.
Muitas vezes, as situações se tornam
tão complicadas, que irmãos não conseguem conviver num mesmo ambiente.
Cada caso é um caso, cada caso tem um porquê, mas uns porquês que muitas
vezes poderiam ser resolvidos se a humildade, a graça do Evangelho e os
elementos de Deus estivessem dentro do coração. O ódio, o ressentimento e a mágoa não cresceriam tanto.
No caso de Caim e Abel, exemplos para
nós dos primeiros irmãos que a Sagrada Escritura nos aponta, a primeira
coisa foi que Caim teve inveja do seu irmão Abel. Os pais se agradaram
da oferta de Abel; e então vemos o primeiro sinal de que a inveja é uma
desgraça, um mal.
Nós deixamos que outros males se
apoderem de nós quando damos vazão à inveja, quando começamos a ver o
que o outro tem, faz, e é; com isso, queremos ser o melhor, ou então,
menosprezamos aquilo que o outro é. Em vez de cuidarmos daquilo que
somos e fazemos, acabamos cultivando a inveja dentro de nós.
O mal é que o invejoso nunca
reconhece sua inveja, ele nunca chama isso de inveja, ele começa a dizer
que o outro não presta, começa a colocar defeitos, problemas,
dificuldades nas coisas dos outros. Não perca seu tempo, não perca você
mesmo, não se estrague por dentro, não estrague seu coração.Comece a
reparar, já de início, quando você fala mal do outro, porque, quando
isso acontece, inquietamo-nos com aquilo que ele é, começa a nascer uma
raiz do mal, da inveja. A inveja não se sustenta por ela mesmo, ela
sempre traz consigo outros elementos como o ressentimento, a mágoa e a
raiva.
Sabe qual foi a consequência [dessa
raiva]? Caim, com tanta inveja – e esta se tornou tão insuportável –,
eliminou seu irmão Abel. Pode ser que eu e você não peguemos numa faca
nem num revólver, que não cometamos uma tragédia, e é bom que não a
cometamos! Mas, infelizmente, olhamos para o mundo ao nosso lado e
sempre há notícia de que um irmão matou outro, pois não se suportavam.
Não cheguemos a esse ponto. Que Deus nos livre disso! No entanto,
matamos as pessoas dentro de nós, não só irmãos do mesmo pai, da mesma
mãe, mas irmãos de convivência, de comunidade, onde nós estamos. Quando o
outro se torna insuportável demais para nós, em vez de resolvermos
dentro de nós esse problema, preferimos matar o outro, eliminá-lo da
nossa vida.
Permita dizer: nós não podemos ser
fratricidas, não podemos ser homicidas, não podemos deixar crescer em
nós o ódio, o ressentimento e a mágoa. Temos de resolver, dentro do
nosso interior, a origem desse mal. Por que temos raiva do outro? Por
que temos mágoa dele? Ele pode ter falhado, mas por que isso nos fez tão
mal? Precisamos buscar a luz de Cristo, não as trevas, para resolvermos
nossas situações com os irmãos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
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