Centenário da Arquidiocese de Maceió

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Homilia Dominical


Homilia da Epifania do Senhor (08.01.17)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Deus veio para todos”
Vimos sua estrela no Oriente.
A Epifania é o segundo momento da Manifestação do Senhor. É o mesmo Mistério visto sob outro ângulo. O primeiro é o Natal, o terceiro é o Batismo de Jesus e o quarto é a manifestação aos discípulos em Caná. Deus se manifesta aos humildes do povo, aos Magos, aos judeus no batismo e por fim aos discípulos. Os Magos eram estudiosos do movimento dos astros. Eram homens de verdadeira ciência, pois conheciam os caminhos de Deus. Conheciam a profecia de Balaão: “Vejo, mas não agora, contemplo, mas não de perto: Um astro se levanta dos acampamentos de Jacó e se torna chefe” (Números, 24.17). Este astro não é a estrela dos presépios, mas o próprio Cristo. Quando a viram sobre o lugar onde estava Jesus, sentiram uma alegria muito grande. Entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe. Adoraram e depois abriram seus cofres e ofereceram-Lhe presentes: ouro incenso e mirra. Sobre os Magos ficamos mais no nível da simbologia do que da história. O mais importante é ver o que significa a narrativa. Para isso temos as outras leituras. Os nomes Gaspar, Baltazar e Melquior também são simbólicos. São tradições bem posteriores. Suas “prováveis” relíquias estão em Colônia desde o ano de 1164. Tinham sido trazidas da Palestina para Constantinopla, levadas para Milão e daí para a Alemanha. O principal é a verdade do Evangelho: Jesus veio para todos.
A grande revelação
O profeta Isaias diz a Jerusalém: “Levanta-te Jerusalém porque chegou a tua luz”. Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti... O mundo em trevas vê uma luz (Is 60,2). Os Magos representam todos os povos pagãos que buscam Deus e O encontram em Jesus, revelação do Pai. São Paulo ensina na carta aos Efésios, que recebeu a revelação de Deus e teve conhecimento do mistério: “Todos os povos são admitidos à mesma herança, como membros do mesmo corpo são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho”. Deus é o Deus de todos. Não era essa a mentalidade judaica. Cristo veio para todos. Infelizmente, depois de 2.000 anos ainda temos uma imensa humanidade que ainda não recebeu este anúncio. Ainda temos que anunciar. No momento, em lugar de buscar novas formas, estamos esfriando o ardor missionário. Pode ser que nossa fé não seja suficiente para entusiasmar a missão. A Igreja está se embaraçando e se perdendo em ritualismos e legalismos, sem lembrar os males que obscurecem o anúncio do Evangelho. Há os que pensam que Deus não serve a nada.

Ofertas dos povos                                                               
A oferta de ouro, incenso e mirra significa que o Cristo que nasce e, que eles adoram, é o Senhor rei do universo a quem oferecem o ouro. É Deus, a quem oferecem o incenso de adoração. Mas é também o homem das dores, que participa de nossas fraquezas, dores e morte, por isso a mirra. Ela é uma resina que era usada para embalsamar cadáveres e servia de anestésico para a dor. Esta é a resposta que podemos dar ao Menino que nos foi dado. Herodes recusou e quis matá-Lo. Os Magos acolheram, adoraram e voltaram por outro caminho. Não fizeram o jogo de Herodes. Herodes continua vivo em tantos projetos que destroem a vida ou o coração dos pequeninos. Uma renovação da fé deve se espelhar na atitude manifestada por esses homens. Procurar Deus, mesmo através das ciências humanas. O conhecimento da Palavra de Deus fundamentará essa busca. E por-se a caminho, não deixando se envolver por ideologias que querem eliminar o Menino.
Leituras: Is 60, 1-6; Sl 71; Ef 3, 2-3a.5-6; Mt 2, 1-12.
Ficha nº 1612
- A celebração Epifania do Senhor, manifestação de Deus, é cercada de muitos símbolos que nos fazem entender a missão de Jesus.
- Como Paulo, entendemos que Jesus veio para todos os povos. Os reis são o símbolo.
- Os presentes de ouro, incenso e mirra exprimem a condição de Jesus: Deus, Homem e sofredor. Os Magos são um modelo de busca de Deus.
Velhinhos danados
Não sabemos se eram velhos, pois a sabedoria é um dom dado também aos jovens. Não sabemos o que eram, como eram, de onde eram e o que faziam. Não tinham nomes. Os nomes que damos vieram muito mais tarde. Não eram reis, nem feiticeiros. Uma coisa é certa: Eram sábios. Estavam seguindo uma estrela. Eram gente boa, pacífica e sincera.
Quando chegaram a Jerusalém procurando o rei dos judeus que acabava de nascer, a cidade pegou fogo. Até Herodes se ouriçou. Ainda mais ele que era cioso de seu poder e para isso matava para se defender.
Herodes reúne os entendidos na religião para saber o lugar do nascimento do Messias. Todos sabiam, menos ele. É interessante que nossos poderosos são de uma ignorância religiosa que dá vergonha. Nem todos, mas a maioria. Por isso fazem tanta danura.
Vão a Belém e a estrela brilha sobre o lugar onde estava o Menino. Na verdade, o Menino Jesus é a estrela. O evangelho diz que se alegraram com uma alegria muito grande. É a alegria divina. Adoraram e abriram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Não se trata só de um presente, mas o reconhecimento de Jesus como Rei, Deus e Homem das dores.
Eles, espertos, percebendo o golpe que Herodes queria dar e que acabaria também com eles, voltaram para suas terras por outro caminho. Depois que a gente encontra Jesus, sempre mudamos os caminhos.
Lembramos que são pagãos esses homens. Deus se abre a todos que O procuram. Entramos em seu pensamento de vamos levar o Messias a outros, porque Ele tem muito a oferecer a cada pessoa. A salvação é para todos os povos.
Fonte - http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/08/01/2017

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