Centenário da Arquidiocese de Maceió

sábado, 24 de setembro de 2016

Homilia Dominical


Homilia do 26º Domingo Comum (25.09.16)  
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista 
“Deus nos fez iguais”
Esquecer do pobre é abandonar Deus!

São Lucas faz uma reflexão sobre a vida da comunidade, acentuando hoje a problemática das desigualdades. Esse tema, tão antigo e tão atual, alerta para a desigualdade na comunidade. Uns não têm e outros consomem o que têm com inutilidades e vaidades, colocando sua esperança exclusivamente nos bens materiais sem se incomodar com os que sofrem. Por que somos diferentes? Jesus explica a diferença narrando a parábola do rico e do pobre Lázaro. Ela é um ensinamento e não um fato histórico. A descrição do rico retrata os grandes senhores de classe muito alta. Diante de sua porta está o pobre Lázaro chagado, doente, ferido pela miséria. Deseja comer os restos de comida, mas nem isso lhe davam. O profeta Amós, que conhecia o sofrimento do povo humilde, recrimina fortemente a vida desses nababos, não pelo que possuíam, mas por não se preocuparem com a ruína do povo. É um retrato da atualidade. Basta mudar a data do jornal que a notícia é atual. A mídia desperta no povo necessidades que o levam mais fundo ainda em seu sofrimento por não ter o que lhe é sugerido pela propaganda. É a frustração existencial. Será pobre, não só por ser pobre, mas por não ter o mesmo nível. Estimula as necessidades para se enriquecer à custa da ganância. A alta sociedade vende seu modelo. Este gera maior carência e aniquilamento humano. E continuam não se preocupando com a ruína do povo, como diz Amós (Am 6,6). Deus nos fez iguais. O mundo nos faz diferentes. Igualdade não é nivelar, mas buscar que todos tenham vida digna satisfazendo as necessidades básicas da pessoa humana.
Bem-aventurados os pobres de espírito
A continuação da parábola mostra a mudança de situação. Lázaro morre e é levado ao Céu (seio de Abraão). Morre o rico e é enterrado. Do meio dos tormentos vê Lázaro no Céu com Abraão. Então começa o diálogo. Pede que Abraão mande Lázaro. Agora ele o conhece. Antes não. Agora não é possível o intercâmbio. Abraão lembra que ele já teve vida boa, e Lázaro não. Agora os papéis mudaram. Ele sofre e Lázaro é feliz. O rico, como não pode merecer para si, pede que Abraão mande alertar os irmãos. O pai Abraão diz que só há um meio de converter-se: Ouvir a Palavra de Deus. Susto não converte. É preciso mudar o coração, ter uma vida coerente com a Palavra e ter um espírito de pobre, mesmo tendo muitos bens. Esse espírito é saber partilhar, pois os pobres têm mais dom de partilha em sua miséria que os grandes em sua ganância. É o que Paulo aconselha a Timóteo: “Tu que és um homem de Deus, procura a justiça... combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna” (1Tm 6,11-12).
Transformação do mundo pela Eucaristia 
A vida da comunidade na Eucaristia pode criar um modo de vida onde todos tenham e se orientem pela partilha como nos ensina a celebração eucarística. O pão partido e partilhado se multiplica. O amor multiplica e não divide.  Todos comemos do mesmo pão que nos põe em comunhão. Não haverá lázaros à porta querendo resto de comida nem ricos, que percam a vida por se fecharem em si mesmos. Há muitos modelos de reforma social. Jesus já apresentou o seu que não foi assumido. Participamos da Eucaristia com piedade e adoramos a presença preciosa do Senhor. Falta só fazer o que o Senhor quis nos ensinar com o sacramento da Eucaristia: partir e repartir. É certo que o culto deve ter dignidade, mas a dignidade do homem não pode ser esquecida.
Leituras: Amós 6,1a.4-7; Salmo 145; 1Timoteo 6,11-16; Lucas 16,19-31
1. As leituras apresentam o drama da desigualdade. Ricos que não tomam conhecimento do sofrimento do povo. Essa situação continua.
2. Para conquistar a vida eterna é preciso conversão ouvindo a Palavra de Deus.
3. A Eucaristia é um modo de transformar a realidade: partir e repartir.
É chato ser rico
Conhecemos a parábola do rico e do pobre Lázaro. Um vivia na abundância das festas e o pobre vivia na miséria da fome. Depois da morte os papéis se inverteram. O pobre está feliz no Céu e o rico sofrendo nas agruras do inferno.
O rico que foi para o inferno pede socorro de Abraão, que significa ali a felicidade conquistada no Céu. Abraão lhe diz que não tem solução, pois não há como ter contato. Então ele pede que vá avisar a família. Abraão responde que a conversão não acontecerá, nem que apareça um morto. A conversão deve ser do coração, a partir de uma escolha definitiva a partir da Palavra de Deus.
A primeira leitura mostra que os ricos que viviam despreocupados e na abundância não tinham futuro, pois serão levados para o exílio de sofrimentos. O problema não é porque que vivam bem, mas porque não se preocupam com a sorte do povo. O problema não é ser rico, mas não conhecer, pela conversão, a necessidade de cuidar dos pobres e carentes. Deus protege.
Timóteo era um homem de Deus, vivia da fé e dava um belo testemunho. É o modelo da vida de quem quer realmente servir Jesus: combater o combate da fé e conquistar a vida eterna.
Fonte - http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/25/09/2016

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