Evangelho do dia - Lc 1,39-45
—O Senhor esteja convosco.— Ele está no meio de nós!
—PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
HOMILIA
Homilia do 4º Domingo do Advento (20.12.15)
Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Deus visita seu povo”
Partiu apressadamente
A celebração do tempo do
Advento tem por finalidade nos lembrar, alertar e promover a consciência
sempre maior que Deus visita seu povo. A vinda do Filho de Deus na
encarnação continua a visita de Deus que acontece desde o início da
humanidade e se torna visível na pessoa de seu Filho Jesus. Paulo ensina
que podemos conhecer Deus pela natureza: “Sua realidade invisível – seu
eterno poder e sua Divindade – tornou-se tangível, desde a criação do
mundo através das criaturas” (Rm 1,20). Os judeus receberam o privilégio
de darem o início ao processo de vinda de Deus na pessoa de Jesus,
desde a escolha de Abraão, a libertação do Egito, a formação de um povo,
a terra prometida e a lei que os educou. Continua Paulo: “Agora, se
manifestou a justiça de Deus… que opera pela fé em Jesus Cristo” (Rm
3,21-22). Maria, depois de receber a visita do Anjo Gabriel que lhe
anuncia que será mãe de um filho que será “chamado Filho do Altíssimo, e
o Senhor lhe dará ao trono de Davi seu Pai” (Lc 1,32-33). É o Messias
prometido. A visita de Maria a Isabel quer retomar todo o caminho feito
por Deus: visitar seu povo. A visita de Maria não pode se reduzir ao
ensinamento da caridade que é já o sentido do amor de Deus manifestado
na Encarnação do Filho. Ele mostra que Maria é a nova arca da aliança
que leva em si o Filho de Deus e O leva em visita. Essa visita dá o
Espírito Santo que santifica João Batista no seio de sua mãe e desperta
em Isabel a fé que proclama Jesus o Senhor. E, consequentemente, Maria,
Mãe do Senhor (que significa Deus). Desperta em Maria o canto no qual
reconhece a obra do Senhor e sua humilde e consciente participação. Ao
nascimento de João, Zacarias seu pai é despertado de seu mutismo para
proclamar que Deus visitou seu povo: “Bendito seja o Senhor Deus de
Israel porque visitou e redimiu seu povo” (Lc 1,68). Crer significa que
Deus realizará o que prometeu (Lc 1,45).
Venho fazer vossa vontade
O autor da Carta aos
Hebreus, lendo nas Escrituras o Salmo 40, entende os sentimentos que o
Verbo Eterno tem ao se encarnar. O que estava no coração do Filho de
Deus ao se encarnar e nascer entre nós. “Por que me faço homem?”
perguntava a si mesmo. Os sacrifícios antigos tinham cumprido sua
missão. Agora era necessário outro sacrifício, não é mais de carne, mas
da vontade, isto é, da entrega total de Si mesmo ao Pai: “Eis que venho.
No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua
vontade” (Hb 10,7). O sacrifício de Cristo não está no sangue, que foi
consequência do sacrifício maior que é a entrega total de sua vontade ao
Pai. “É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do
corpo de Cristo, realizada uma vez por todas”. Depois do sacrifício da
vontade há a consequente entrega total de si mesmo no seu corpo.
Participamos do sacrifício de Cristo rezando no Pai Nosso: “Seja feita
vossa vontade”.
Um único mistério
Rezamos na oração:
“Conhecendo pela mensagem do Anjo a encarnação de vosso Filho, cheguemos
por sua paixão e cruz, à glória da Ressurreição” (oração). Vemos aqui a
unidade dos mistérios de Cristo. Mistério é a vida de Cristo entre nós e
da qual participamos . Por essa celebração do Natal somos santificados.
A celebração nos une a Cristo que se oferece ao Pai e nos une a Si em
sua Ressurreição. Rezamos pedindo que Deus se volte para nós. E que nos
voltemos para Ele e peçamos sua proteção. Estaremos protegidos se
fizermos a vontade do Pai e levemos as pessoas ao encontro de Jesus.
Leituras: Miquéias 5,1-4ª; Salmo 79; Hebreus 10,5-10;Lucas 1,39-45
Ficha nº 1502 – Homilia do 4º Domingo do Advento (20.12.15)
Todos podem conhecer a Deus. Jesus, em
sua encarnação, O manifestou para nós. Deus iniciou suas visitas na vida
do povo de Israel. Em Jesus, Deus visitou a humanidade. A visita de
Maria a Isabel dá o sentido da Encarnação que é a visita de Deus. Ela dá
o Espírito Santo a João Batista e a Isabel. Ela mesma é movida por esse
Espírito. Zacarias no nascimento do filho proclama tem a visita de
Deus.
Jesus, ao se encarnar, mostra seu
projeto de vida que é fazer sua entrega total ao Pai, sacrifício
perfeito, que é a entrega de sua vontade que culmina na entrega de seu
corpo, pela qual somos santificados. Nós participamos fazendo a vontade
de Deus, como rezamos no Pai Nosso.
Rezamos professando nossa fé na
Encarnação de Jesus que faz com os outros mistérios um único mistério do
qual participamos. Por isso temos a Vida Divina em nós. Assim podemos
levá-Lo em visita às pessoas.
Conversa de mulheres
Há dois momentos importantes da vida de
Jesus onde é a mulher quem faz a proclamação da verdade ali presente. No
início do Evangelho Isabel reconhece o Salvador e Senhor no seio de
Maria. E, no final, Maria Madalena que encontra Jesus depois da
Ressurreição vai comunicar aos discípulos.
A liturgia desse quarto domingo nos traz
a narrativa da visita de Maria a Isabel. Já estamos próximos do Natal
que exige de nós a fé que Maria demonstrou: “Bem-Aventurada aquela que
acreditou porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45).
Vejamos aí a força da conversa dessas
mulheres: proclamam a realização dos planos de Deus e sua abertura a
todos. Lembremos como a mulher era discriminada no mundo pagão e mesmo
do Antigo Testamento.
Maria é o modelo acabado da mulher que
chega ao máximo possível, sendo Mãe de Deus, e é capaz de ir judar sua
parenta no final de sua gravidez. Bem diz de si: “Eis aqui a serva do
Senhor”. Assim se torna exemplo para todos os cristãos, sobretudo às
pessoas religiosas para que não fiquem só rezando na comunidade, mas
partam como servidores. E Maria não era uma velhinha, mas uma jovem mãe.
E soube servir.
Descortina-se para toda a mulher uma grande missão: Levar Jesus e viver cheia do Espírito Santo.
Fonte - http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria/20/12/2015
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