Evangelho do dia - Jo 1,1-5.9-14
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.
2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
4Nela estava a vida, e a vida era a luz
dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram
dominá-la. 9Era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser
humano.
10A Palavra estava no mundo — e o mundo
foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o
que era seu, e os seus não a acolheram.
12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes
capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em
seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne
nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou
entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai
como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
Recadinho: - Você vive em paz? - O que
faz em favor da paz em seu ambiente de vida? - Como será seu Natal? - O
que é mais importante no Natal para você? - Em que consistiu sua
preparação para o Natal?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
HOMILIA
Natal de N. S. Jesus Cristo (25.12.15)
Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Vamos a Belém”
E o Verbo se fez carne
Por onde todo mundo passa,
há sempre uma criança. Onde há uma criança, a vida sempre renasce. Uma
criança é sempre uma para nossas vidas. Isso rezamos na oração da missa
do Natal: “Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a
claridade da verdadeira luz” (oração). A liturgia de Natal é muito rica e
oferece ricos ensinamentos sobre o nascimento de Jesus. Apresenta os
fatos e nos ensina a ver neles a benignidade de nosso Deus que, para
mostrar seu amor, se encarna e nasce como uma criança. Ver o Deus
Menino, deitado sobre o capim num cocho é ver a maior libertação da
humanidade. Que liberdade maior que começar a salvação do mundo sem a
mínima pretensão, nascendo na simplicidade? É uma escola magnífica. O
Deus de nossa fé oferece amor e não impõe. Não temos coragem de acolher o
Deus que nasce como uma criança. É fundamental, pois foi assim que tudo
começou. Rios de tinta já correram para explicar os mistérios de Deus.
Deus mesmo só deu um bilhete: “Encontrareis um recém-nascido, envolvido
em faixas, deitado num cocho” (Lc 2,12). Sobre o capim, dentro de um
cocho. Tudo indica que, se voltarmos a Belém, lá entre os animais,
poderemos compreender as delicadezas do amor de Deus. Tudo que falamos e
ensinamos está certo, mas deixamos de lado a ternura do amor. João, em
seu evangelho, se encanta com esse mistério e diz que o “Verbo se fez
carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Habitar vai além de morar. Deus se
fez vida de gente como a gente que O cercava. Em tudo foi humano, menos
no pecado (Hb 4,15). Valoriza o ser humano como possível de ter o que é
de Deus. Assim foi Jesus, Natureza Humana e Divina. A cena do presépio
deve impregnar nossos corações.
Aqueles que O acolheram…
Os pastores são os primeiros
visitantes. Atrás deles se forma a grande massa da humanidade que vive
as mesmas condições e acolhe com a mesma alegria Aquele que vem
responder a todas as suas esperanças. Ao canto dos Anjos se junta o
encanto dos pastores. De longe, tudo tão belo. De perto, tudo tão
simples. Depois que os Anjos os deixaram, os pastores disseram entre si:
“Vamos a Belém, e vejamos o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a
conhecer” (Lc 2,15). Vêem como lhes fora anunciado. E contaram o que
lhes fora dito a respeito do Menino. “Maria conservava todos esses
acontecimentos e os meditava em seu coração”(19). Os que acolhem Jesus
fazem dentro de si um laboratório que transforma em vida o que receberam
por gestos e palavras. Por isso voltam glorificando e louvando a
Deus por tudo o que tinham visto e ouvido. O acolhimento se faz no
coração depois de contemplar os fatos. Esse é o caminho da fé: crer é
acolher e levar ao coração.
Receberam a graça
Somente vamos participar da
Salvação que Jesus nos trouxe se assumirmos seu jeito de ser: humildade e
alegria. Vamos a Belém. Não precisamos entender. O mistério não se
entende, se acolhe. Basta fazer como Ele fez. Temos dois caminhos, como
Jesus fez: deixou a aparência de sua divindade para ir ao encontro do
outro. Para isso, assumiu a humildade, a simplicidade e a ternura. O
acolhimento é a fonte de todas as graças, como nos escreve João: “De sua
plenitude todos nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1,16). Graça é o
grande abraço do Deus que Se abaixa para mostrar sua ternura que é
expressa na pessoa e nos gestos de Jesus. Natal é graça. Sem Jesus, ele
perde sua graça. Voltemos para casa encantados com a graça de Deus
manifestada em Jesus.
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